quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O último

Semana passada planejei escrever sobre o amor. Ironicamente foi exatamente nesse dia que meu relacionamento acabou, 1 ano e 9 meses após seu início. Então depois de ter chorado minhas pitangas - nunca entendi essa expressão - refleti sobre o que eu aprendi no meu namoro e aqui está o reflexo de minha experiência. 
Aprendi que nada é mais importante que respeito. Também aprendi algo que minha vizinha, Marcela, exemplificou melhor do que eu jamais conseguiria: somos passarinhos. Se somos obrigados a ficar numa gaiola, ou mordemos ou tentaremos fugir. Aprendi que ninguém pode ceder de mais ou de menos, o equilíbrio é essencial. Aprendi que demonstrações demais, cansam na mesma intensidade. Talvez perdem seu valor. Ou o ganham algum tempo depois. Aprendi que se amar é importante. Ame-se em primeiro lugar. Depois, ame ao próximo.

Enfim. Não vou aqui destrinchar um tratado do que aprendi, ninguém precisa ler essa bobagem e também minha vida pessoal não é de interesse público. Nem sei exatamente qual foi meu planejamento escrevendo isso, mas é que o texto que eu tinha planejado pra escrever hoje faz mais sentido se postado na semana que vem.

Comecei o ano comprometida, terminei solteira. Comecei morena, vou encerra-lo ruiva. Mas isso é outra história.

Bom 2012 a todos.

- Gina.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Deleites da vida

Não quero, ao envelhecer, estar cansada demais para encontrar beleza nos raios de sol, nos contornos que este faz nas nuvens e na sensação de pisar em areia fresca dos fins de tardes. Que meu cansaço me permita apenas apreciar coisas como estas, as quais me deixam tão feliz e viva aos 19 anos, como o entardecer de um dia ensolarado de outono...
M.L.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Diário dos grandes prazeres da vida

Há alguns dias viajei para Santos para o Encontro Anual dos Alunos do Colégio Coração de Maria Formados em 2009 (chique, não?). Foi maravilhoso. Sábado passou quase que num vislumbre. Então veio um ensolarado domingo. A noite esperei o ônibus para chegar ir para casa. Talvez Deus planejasse uma demora. Pois resolvi andar até em casa. Gordinha que sou, pensei "Meu Deus, estou no canal três. Não vou chegar nunca". Pra quem não sabe, fico no canal 7. Resolvi encarar a caminhada. Não poderia ter feito melhor.

A cidade está maravilhosa. Era uma noite amena, muitas famílias na rua, donos passeando com seus cachorros. Como sinto falta desse clima em São Paulo. Passei por dois corais no caminho, em especianl o da Igreja do Embaré que foi projetado na fachada. Estavam todos assistindo da pracinha. A fonte do sapo povoada de crianças. Tomei uma água de côco, mas o funcionário do quiosque tirou toda a fruta com uma cunha, não me confeccionou a tradicional pá do próprio côco para que eu pudesse raspar. Não estava agradecida, mas agradeci mesmo assim. Tirou-me um grande prazer! Quando eu pago três - caríssimos - reais para tomar uma água de côco, espero ansiosamente o momento de raspar a "carninha". E com a pázinha! Colher não vale.

Enfim.
Depois, resolvi passar pelo meu lugar favorito de todos os natais: A Rua do Natal, vulgo Roberto Sandall.
Pra quem não conhece, achei um fotolog com uma foto de 2009. Tem até Papai Noel que canta e dança. Então fui pra casa, com um sorriso imenso e a certeza de um excelente final de semana. E este foi meu diário dos grandes prazeres da vida.

Beijinhos.

- Gina

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

coming back...

Por algum tempo pensei em não mais escrever. Até ontem levei essa ideia adiante com muita convicção. Até conversar com um amigo ao telefone e perceber que algumas coisas que ele dizia me levavam a caminhos distantes. Em alguns momentos estava tão longe que me surpreendi. Acho que jamais conseguirei parar de escrever. Elas me chamam

Voltei.

Dica do dia

- Gina

domingo, 27 de novembro de 2011

As luzes de natal da cidade.

Dá minha sacada vejo luzes de natal ornamentando casas alheias e as estrelas, o céu. Todo esse contexto somado ao cheiro de verão - só os que reconhecem o cheiro da chuva me entendem - me levar a pensar sobre a data que se aproxima: o natal.

Acredito que em algum momento tal celebração não fosse tão comercial quanto é, e tenha sido tão reflexiva quanto não é, afinal toda a melancolia sentida por todos e temida por muitos, tenha de vir de algum lugar.

Prevejo as trocas de votos de felicidades prum ano que se aproxima. Declarações de como você foi importante nesse ano findado efemeramente. Prosperidade. Amor. Saude. Dinheiro. Pros mais sinceros, sexo. Palavras que por si não dizem nada. Ainda mais depois de tantos anos ouvindo e falando-as. Tais são tão viciadas quanto um cumprimento: "Oi, tudo bem?". Palavras, palavras, palavras...

Quero para mim, e por se-lo bom, desejo a você assimilar de verdade esses votos, essa energia toda e vive-la diariamente. Cada crespusculo ser um balanço. E cada alvorada um novo folego, uma expirada, aspirando amor, dinheiro, sexo, prosperidade, saude, felicidade, tranquilidade, liberdade! Vivendo sem preconceitos, levando os problemas menos a serio, utilizando-se do humor, enfiando o dedo no nariz, não reprimindo as vontades, e tendo, assim, só vontades saudaveis. Estaria aí o segredo da longevidade? Pelo menos o segredo da felicidade plena.

Desejo que você tenha um ano (dia) maravilhoso, muito interessante, com varios momentos felizes, muito beijo na boca, experimente tomar um banho de chuva, volte a cantar no chuveiro, tenha menos pressa, permita-se perguntar quando não entender o que foi dito, sem concordar complacentemente; dê berros, ouça varias vezes a musica que tanto gosta, tire uma foto sua pelado e ponha na internet, mostre o dedo do meio prum policial, finja-se de louco pra qualquer transeunte, encene falar ao celular com alguem mega importante, pule, não junte tanto dinheiro, não gaste tanto dinheiro, descubra sozinho com quantos paus se faz uma canoa, depois escreva pra alguem fazer o mesmo.

AMEM.

Por João.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Aviso aos leitores.

Não vou escrever por um tempo.
Talvez daqui a um mês eu volte pra cá. Talvez antes.
Pausa para um balanço pessoal.

- Gina

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dream a Little Dream of me

Sou uma ignorante musical. Não sei diferir um instrumento do outro por ouvido e, por vezes, nem por visão. Não me pergunte qual a diferença de um trompete e um trombone, não faço ideia. Ainda sim, aqui estou pra falar de uma das minhas delicias musicais:  jazz e blues. Não consigo especificar em palavras a diferença entre os dois, afinal, considero mais importante ouvir do colocar vírgulas e exclamações em melodias que por si só se definem sinceras. 

São músicas para se ouvir acompanhado de alguém para dançar.
Para acender uma lareira nas tardes fria numa cidade como São Paulo.
Para passear em um parque numa tarde de domingo.
Para fazer um chocolate quente.
Para cozinhar um jantar para visitas.

Não há mais maravilha do que esta hoje em São Paulo. Uma bela canção a vocês.

Sophie Tucker
Ella Fitzgerald
Billie Holiday
Louis Armstrong
Nina Simone


- Gina

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A literatura em perigo

(...)Sendo o objeto da literatura a própria condição humana,
A análise das obras feita na escola não deveria mais ter
por objetivo ilustrar os conceitos recém-introduzidos por este
ou aquele linguista, este ou aquele teórico da literatura, quando,
então, os textos são apresentados como uma aplicação da
língua e do discurso; sua tarefa deveria ser a de nos fazer ter
acesso ao sentido dessas obras — pois postulamos que esse
sentido, por sua vez, nos conduz a um conhecimento do humano,
o qual importa a todos. Como já o disse, essa ideia não é
estranha a uma boa parte do próprio mundo do ensino; mas é
necessário passar das ideias à ação. Num relatório estabelecido
pela Associação dos Professores de Letras, podemos ler:
“O estudo de Letras implica o estudo do homem, sua relação
consigo mesmo e com o mundo, e sua relação com os outros.”
Mais exatamente, o estudo da obra remete a círculos concêntricos
cada vez mais amplos: o dos outros escritos do mesmo
autor, o da literatura nacional, o da literatura mundial; mas
seu contexto final, o mais importante de todos, nos é efetivamente
dado pela própria existência humana. Todas as grandes
obras, qualquer que seja sua origem, demandam uma reflexão
dessa dimensão.
O que devemos fazer para desdobrar o sentido de uma
obra e revelar o pensamento do artista? Todos os “métodos”
são bons, desde que continuem a ser meios, em vez de se tornarem
fins em si mesmos.
(...)
(...)
aquele que a lê e a compreende se tornará não um
especialista em análise literária, mas um conhecedor do ser
humano. Que melhor introdução à compreensão das paixões
e dos comportamentos humanos do que uma imersão na obra
dos grandes escritores que se dedicam a essa tarefa há milênios?
E, de imediato: que melhor preparação pode haver para
todas as profissões baseadas nas relações humanas? Se entendermos
assim a literatura e orientarmos dessa maneira o seu
ensino, que ajuda mais preciosa poderia encontrar o futuro
estudante de direito ou de ciências políticas, o futuro assistente
social ou psicoterapeuta, o historiador ou o sociólogo? Ter
como professores Shakespeare e Sófocles, Dostoievski e Proust
não é tirar proveito de um ensino excepcional? E não se vê que
mesmo um futuro médico, para exercer o seu ofício, teria mais
a aprender com esses mesmos professores do que com os manuais
preparatórios para concurso que hoje determinam o seu
destino? Assim, os estudos literários encontrariam o seu lugar
no coração das humanidades, ao lado da história dos eventos
e das ideias, todas essas disciplinas fazendo progredir o pensamento
e se alimentando tanto de obras quanto de doutrinas,
tanto de ações políticas quanto de mutações sociais, tanto da
vida dos povos quanto da de seus indivíduos.
Se aceitarmos essa finalidade para o ensino literário, o
qual não serviria mais unicamente à reprodução dos professores
de Letras, podemos facilmente chegar a um acordo sobre
o espírito que o deve conduzir: é necessário incluir as obras
no grande diálogo entre os homens, iniciado desde a noite dos
tempos e do qual cada um de nós, por mais ínfimo que seja,
ainda participa. “É nessa comunicação inesgotável, vitoriosa
do espaço e do tempo, que se afirma o alcance universal da
literatura”, escrevia Paul Bénichou. A nós, adultos, nos cabe
transmitir às novas gerações essa herança frágil, essas palavras
que ajudam a viver melhor.

(Tzvetan Todorov.
Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009, p. 89-94.)
A literatura em perigo. 2 ed.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

To be

Estúpido ser pensador, que vive na agonia de seus medos e angústias.
Pensar leva ao delírio dos que temem, ao perigo de quem não sabe como viver.
Seres vagantes nos dias que correm. Inquietos contra o tempo, o espaço e a aflição de um amanhã que nunca chega e de um ontem tarde demais para ser vivido.
Estúpido ser que ama, mas incapaz de perdoar e libertar, preferindo conviver com o peso de um rancor.
Pensamentos soltos transbordam de um ser desenfreado e supervalorizado, o qual pensa entender de tudo, mas que no fundo questiona e peca pela sua própria existência.
Estúpido ser. Humano.

M.L.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Como agrardar sua namorada em dez canções.

10 - Till We Ain't Strangers Anymore - Bon Jovi feat. LeAnn Rimes

Acho que por mais que você conheça a pessoa que você ama, nenhum relacionamento é fácil. Às vezes essa pessoa acaba se tornando um estranho do seu lado. Mas com paciência as coisas voltam ao normal. Brigou com a namorada? Pede desculpas assim que é muito lindo (:

09 - Por Você - Barão Vermelho

Eu estava assistindo o show do Frejat no Rock in Rio pelo Multishow e tocou essa música. Chorei pra caralho. Quem quando está apaixonado não diz que vai até o fim do mundo pela pessoa que ama? É claro que a gente não faz nada disso, mas não deixa de ser linda a ideia de tomar banho gelado no inverno, deixar de beber e dormir de meia pra virar burguês. No link, a versão que deu origem a minha choradeira.

08 - First day of my life - Bright Eyes

Quando a gente se apaixona, parece que tudo começa de novo. O clipe tem fofura no limite e me agrada muito. Quem me mostrou essa música foio nosso ex-blogueiro Cauli. Tô te devendo essa, linda. Gosto especialmente da parte que ele canta.

"So if you want to be with me
With these things there's no telling
We'll just have to wait and see
But I'd rather be working for a paycheck
Than waiting to win the lottery."

07 - My Man - Barbra Streisand

Muita gente só conhece a Barbra por causa dessa música aqui. Enfim, não era isso que eu queria falar. Essa música é de um filme chamado Funny Girl. Se você é homem E hétero, nem perca seu tempo. Resumindo: ela consegue tudo na vida, mas o homem que ela ama perde tudo e não suporta a ideia de sua mulher ser bem sucedida e ele não. Ela tem tudo, mas ele não está lá. Eu fico com dó dela e em outras versões - até mesmo na do filme - você consegue ver a dor que ela sente por ele não estar lá. Uma última explicação: ela canta com essa voz engraçada por causa de todo o jeito e história da personagem dela no filme.

06 - Olha - Roberto Carlos

Vocês tem que entender: eu adoro o Roberto Carlos. Só não fui no show dele em SP por que todos os ingressos esgotaram. Essa música é linda! Fala sobre como, apesar de todos os defeitos que a pessoa que amamos possa ter, nós continuamos a amá-la mesmo assim. Roberto Carlos tinha que estar nessa lista de dez canções por que ele é o Rei e eu adoro essa música. Eu bem que queria ganhar uma rosa dele ):
Essa versão é da Ivete Sangalo.

05 - Something - The Beatles

Eu tenho uma relação muito especial com essa música e com esse show. Fomos eu e meu namorado assistir e foi... Maravilhoso. Não é uma música muito elaborada ou extraordinária, mas eu gosto muito.

04 - Último Romance - Los Hermanos

Duas pessoas se conhecem e passam a vida juntas. Eu adoro o Amarantes, eu adoro Los Hermanos e essa música é romantica que só. Mostre para sua garota e tenha uma noite de alegria (:

03 - Pra você guardei o amor - Nando Reis e Ana Cañas

Uma verdade universal:

"Guardei, sem ter por quê.
Nem por razão. 
Ou coisa outra qualquer."

02 - Unforgettable - Nat King Cole

Com esse instrumental e essa voz, fica difícil não se convencer que essa canção é maravilhosa. Por que essas novas músicas que falam sobre o amor, seja em português ou qualquer outra língua, esquecem do essencial. Pessoalmente, não acho que essa canção tenha deixado passar alguma coisa. Em uma palavra: adorável.

01 - Eu te amo - Chico Buarque

Essa é a música de amor mais linda de todos os tempos. Não concorda? Problema é seu. Isso não muda o fato dessa ser a canção de amor mais linda de todos os tempos. A letra, a melodia, o Chico, tudo nela é maravilhoso. Ele deu os olhos pra ela tomar conta. Dá vontade de gritar pra moça da música: DEVOLVE OS OLHOS DO CHICO, VOLTA PRA ELE! É uma canção lindíssima. É impressionante o que se pode fazer com uma canção escrita em bom português. Canta isso pra sua moça e vê o que acontece. Se ela não gostar, ela não é uma mulher.

Essa lista foi inspirada pela Maristela, que é a minha mais recente inspiração pra escrever - mesmo que fique  uma droga - e por essa música que eu ouvi ontem e me questionei o que está acontecendo com as músicas sobre, sei la, qualquer coisa.

- Gina

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Fome Humana

Há uma imparcialidade em “O poeta é um fingidor”.  Ninguém é tão imparcial, capaz de não depositar em cada linha um pedaço de sua alma.
O poeta é um inventor. Não existe fingimento em criar, possuir heterônimos com personalidades diferentes - que não deixa de pertencer ao próprio criador. Fernando Pessoa(s) é um exemplo de que somos incapazes de sermos apenas nós. Há uma fome humana em pertencer a outros “corpos”, de existirmos de outras formas, mas sendo, no fundo, nosso alter ego.
Não possuo heterônimos ou pseudônimos. E no começo gostaria de ser imparcial – essa mesma angústia que afligia Clarice Lispector. Entretanto, sou incapaz de não transpor em cada frase meus pensamentos, desenfreados ou ordenados.
Busco somente pertencer a cada palavra e escrevo com minha alma e com minhas angústias. Afinal, ainda não sei do que é composto um bom texto.
M.L.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

fin.ados

Afinal, você sabe quais são as coisas que você mais ama?

Hoje é dia de finados. Não vou discutir nada sobre a morte, mas estive pensando se sabemos quais são as coisas que nós amamos mais. É que o tempo passa e as pessoas passam também. E as palavras - a não ser as imortalizadas em passagens, frases de efeito etc. - quase que se dissipam, desaparecem. 
Não por que hoje seja o dia que reina o choro no país ou qualquer coisa assim, mas não espere que a vida faça sua mágica para que você entenda o que sente. Hoje é dia de finados, o pessoal reflete, faz uma poesia aqui outra ali, diz uma frase bonita e todo mundo aplaude. Mas o amanhã vem, o tempo passa e as pessoas passam também.

Afinal, você sabe quais são as coisas que você mais ama?


Bom fin de feriado a todos e vamo que vamo que amanhã eu começo a trabalhar no meu primeiro estágio!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Compartilhar.

Tão poucas coisas são tão saborosas quanto compartilhar! Compartilhar o saber, o pão, a fofoca, os momentos, o dinheiro, a felicidade; em suma, a vida.

Desconfio que vivemos para compartilhar. Se não, compartilhamos para viver.

Minha mãe tinha um amigo, da época de volei, que só beijava as meninas se elas aceitassem em, depois, contar a todo mundo, do beijo. Caso a menina não concordasse ele nem a pegava. Dizia que o barato estava em contar pros amigos. Compartilhar o acontecido. Claro que é uma piada. Mas representa um pouco o que lhes digo.

O meu grande respeito ao professores se deve ao fato de eles estudarem uma vida toda para dividir, com seus alunos, todo o conhecimento aprendido. Não são só professores, mas também os poetas, escritores, pais, amigos; em geral, pessoas que se dispõem a transmitir, seja por qualquer arte, o que aprendeu. E, talvez, o grande sabor de saber seja ver outras pessoas sabendo por você. Será que vem daí o deleite da fofoca?

Além dessa compartilhação idealizada - a que vem apenas para bem, prum mundo melhor - existem as que utilizamos para nos autopromovermos e/ou para denegrir outrem.

É exatamente esta ultima que esta na moda e que me fascina - também por estar na moda. Por eu querer sempre entender os outros, dispenso grande atenção para as pessoas que compartilham os acontecimentos de sua vida particular, para se autopromover; e para as pessoas que fofocam ou compartilham gratuitamente as opiniões baratas, afim de menosprezar um conhecido.

A gratuidade e a mesquinhes com que são compartilhadas esses "saberes" me faz perceber que, por dentro, somos exatamente assim: baratos e mesquinhos.

O mundo caminha para os 9 bilhões de habitantes. Está perto: em 2045, daqui a 34 anos. Com essa população, o planeta não tem recurso para manter todos alimentados. Falam de sustentabilização, reciclagem etc. Eu acredito que poderia haver uma reciclagem de habitantes. Que voltem os dinossauros! Nós, diferentes desses, seremos extintos por nós mesmos: seremos os assassinos e os assassinados. Mas, agora, minha discussão é para aprendermos a compartilhar o conhecimento bom - aquele que faz as pessoas serem melhores. Penso no agora. Porque senão daqui a 34 anos não saberemos compartilhar o pão. Saberemos, sim, escrever em poucas letras que comemos muito! enquanto tinha comida, e que comemos mais do que o vizinho. E não adiantará mais nada compartilhar esse fato, porque já estará consumado.

Uma coisa leva a outra, deu pra entender? Compartilhe essa ideia.

AMEM.

por João.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Admiração

Sei e admiro poucas coisas na vida; as que me são essenciais. Mas hoje, particularmente, gostaria de desenvolver minha admiração pelo o que meus amigos escrevem – todos os que estimulam esse dom.
Brincar com as palavras nem sempre é uma tarefa fácil. Concordo que muitas vezes nos pegamos ensaiando frases, ou simplesmente, montando um texto inteiro na cabeça. Outra podemos pensar e repensar, e o que sai são apenas teoremas vazios. Orações sem verbos.
Não admiro somente o dom da escrita. Admiro o desenrolar, o querer produzir algo e pensando, conseguir; aprender a dominar um lápis e um papel em suas mãos. Isso me fascina. E não somente, pois o que mais me enche de orgulho é ler poesias escritas por leigos. “Literatura ligeira” por mentes inquietas.
Assim, admiro entrar no Pensamentos de Estante e ver nessa exposição diária textos articulados e reflexivos do John e expressivos da Gina. E em breve espero também buscar nessa estante, textos do Lucas e poder reler Cauli, Flopito, Matheus e Malu.
Aprendo e admiro cada palavra que vocês compõem uma obra de arte.
Um beijo em vocês. É bom estar de volta.
_____
“O homem sem fé não cria. Fé em quê? No que faz.” Iberê Camargo
M.L.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

um texto pessoal e intransferível.

Já pensei muitas vezes em desistir de escrever. Talvez por que eu seja muito perfeccionista e insisto em arranjar erros em tudo o que ponho no papel. Quando eu escrevo algo, passo dias reescrevendo, alterando, riscando com força as palavras da folha de papel. 
No fim das contas me dá uma certa tristeza em dizer isso, por que eu amo escrever. Tudo o que eu escrevo é com amor, mesmo as tristezas. Nelas existe um infinito de amor e cuidado. 
Eu amo as palavras. Escrever me dá uma alegria imensa e em alguns momentos acho que me torna, de certa forma, especial. Pode não ser grande coisa, mas esses momentos são preciosos pra mim. Mesmo sabendo que muitos desconhecidos como eu também amam fazer o que eu faço e o fazem bem.
O texto dessa quarta-feira não era pra ser esse. Eu ia colocar aqui uma música que escrevi, uma bossa nova. Sobre isso há muita coisa engraçada. A primeira é que eu não sei direito o que é bossa nova, mas quando eu escrevi  a letra pensei nela assim. E eu nunca escrevi uma música antes! E essa veio com uma facilidade... Tanto a letra quanto a melodia. É por isso que eu escrevi aquele texto sobre desistir de escrever aí em cima. Eu queria jogar a música fora.
Por que eu vou lendo as coisas e detestando. Aí eu acabo me detestando. E depois volto a gostar do que eu escrevi. Mas não acho mais gracioso, quase que sem graça alguma. 
E volto a me gostar. Não me gostar especificamente, mas das minhas mãos, dos lápis entre os dedos e as palavras. Esse é o melhor sexo do mundo.
Tenho uns surtos de precisar escrever alguma ideia que me vem a mente , desesperada pra sair. Tem uma urgencia, uma necessidade! Depois me parece sem sentido algum.
Hoje eu queria compartilhar esse meu lado com alguém. Sei que meus amigos pensadores lerão esse texto. Alguns estranhos talvez, parente, e até meu namorado, que acha o que eu escrevo muito triste. Não importa. Eu queria compartilhar e aqui está. E este é o meu momento da semana. É o dia em que minhas mãos se realizam e se permitem libertar-se numa catarse de palavras, ainda que tristes e de certa forma desistentes, tem amor no que fazem. Deve ser por isso que meu carinho é gostoso. Pelo menos eu acho que é. Eu adoro meus autocafunés.

Uma boa semana a todos. E perdoem o desabafo.

- Gina

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Franca - França.

Hoje escrevo esse perfil diretamente de Franca. Caso o leitor seja do tipo distraido, não disse França. Eu disse Franca. Não é só a cedilha que separa a cidade paulista do país europeu. Além de alguns milhares de quilometros a história de cada lugar é muito diferente. A língua não é a mesma. Os costumes são outros. O clima. As pessoas, por consequencia, têm sonhos distintos.

Nunca estive na França, mas sei de sua história. E sobre as pessoas, vejo filmes, e já li alguns livros de autores franceses. Não me lembro de ter lido algum francano. Ambos sotaques me fascinam, como todo, de todo o mundo e de todo mundo.

Não fiz o tracadilho e a comparação dos dois lugares apenas por conta da semelhança ortografica, mas porque, também, cá penso que poderia estar lá. Como seria fantastico conhecer o museu do Louvre, o Arco do Triunfo, a Torre Eiffel, o Rio Sena, a fabulosa Notre Dame!

Aqui em Franca, o que tem de bom são as empresas de calçados e o time de basquete. Aliás, uma curiosidade desta cidade é que as lanchonetes costumam batizar seus sanduiches com nomes basquetebolisticos. É uma graça! Mas eu prefiro cruzar o Atlantico.

Acontece que eu preciso estar aqui. Preciso dar esse passo francano pra faze-lo, um dia, ser frances! Parisiense. Já pensou em cestas francesas? Enterradas parisienses? Um dia chego lá. Não sei se as cestas ou as enterradas estarão mais comigo... Mas lá, eu estarei. E de lá eu escrevo um breve perfil pra cá. Chamará França - Franca. Desconfio que terá um conteudo melhor, e um outro sotaque, quem sabe até outra língua...

Vous y voir.


AMEM.

por João.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Deixa o verão pra mais tarde...

Ouço muita gente falar que adora o frio. Deixa as pessoas mais elegantes entre outras vantagens.
Aqui vão alguns fatos que me incomodam sobre o inverno:

Não conseguir levantar no frio.
Colocar três blusas e congelar no vento de São Paulo.
O chuveiro não esquentar.
O nariz escorrendo.
A janela do ônibus fechada com um monte de gente gripada espirrando sem parar.

A roupa no varal demora dois dias pra secar. Quando seca já está fedida de tanto tempo no varal.
HAJA AMACIANTE!

Bom gente, quem disse deixa o verão pra mais tarde tem aquecedor em casa, por que putaquepariu

- Gina

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acostumamos a nos acostumar.

"Por pensar demais, preferi pensar em nada."

O ser humano tem alguns costumes que me aflige. Existe as manias triviais, no mínimo curiosas, como escovar os dentes sempre com a mesma mão, ajeitar o cabelo (os que ainda o possuem) a cada espelho passado e bocejar quando o outro boceja; até casos mais complexos que um bom freudiano resolveria como ser eternamente apaixonado por uma pessoa, sentir necessidade de conversar com o semelhante (desconhecido) no elevador e, em casos extremos, revesar a mão que se escova os dentes - treinando assim, quem sabe Miguel Nicolelis (?), o cérebro.

Mas de todas essas manias, trejeitos, tiques, costumes e afins o que resolvi desenvolver hoje aqui é a, vamos chamar assim, mania de se acostumar.

Os biologos chamariam de mimetismo; os psicologos, de adaptação ao meio; os automobilistas, de aerodinamica; e por fim, os filosofos de boteco denominariam tal "escape" como dança conforme a música.

Os escravos, de geração pra geração, se acostumaram a trabalhar nas piores condições. O camelo, não sei por quais razões científicas, aprendeu a ficar dias sem beber àgua. O Bochecha já canta sem o Claudinho, pra ferrar com a Adriana Calcanhotto. E nós quando temos algum problema que não conseguimos sobrepujá-lo nos acostumamos a conviver com ele.

Tenho comigo uma teoria que viver dói. Respirar dói o pulmão. Comer dói a boca e o estômago. Só de estarmos vivos, a pressão, a denotativa, nos machuca. A prova disso é que o bebê nasce se esgoelando de tanta dor. No entanto, cá estamos a viver sem nem sentir tais tormentos. Teremos nós aprendido a conviver com eles?

Existem problemas mais concretos com os quais convivemos numa boa sem lembrar que antes eles nos eram causa de choros e, quiçá, velas. Por exemplo, trabalhar com alguém que seja insuportável, ter que cumprir hora num lugar down, acordar cedo etc. Você aí no seu aconchego pode meditar um instante e lembrar de algum exemplo na sua vida.

Conviver com o problema numa boa, não significa extingui-lo. Significa aprender a ignorá-lo.

Quando não podemos mudar o problema, devemos saber encará-lo de uma forma diferente, ou quem sabe não encará-lo.

Viveremos com problemas a vida toda, e há quem diga que são eles quem fazem a graça da vida. Há controversias.

_

MAMEM.

por João.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A rosa do povo (II)

Espiei nosso amor pela fechadura
Minha mão comprometida a tua
Suas palbebras fechadas
Num sonho tão bonito...

Espiei nosso amor pela fechadura
Minhas lágrimas no teu peito
Tuas mãos nos meus seios
Um eu te amo baixinho
Quase mudo

Espiei nosso amor pela fechadura
As brigas e os maus tratos
Teu orgulho calar minha tristeza
Meus olhos cansados fugirem dos teus

Espiei nosso amor pela fechadura
Mas hoje tranquei a porta
Outro dia espio um pouco mais.

- Gina

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A rosa do povo (I)

No meu cantinho poético escondido
Fiz cinco versos e calei-me.
Calei-me branca, frágil-cristal.
Ante o mundo-mundo.

Ouçam-me
As vontades veem!
Um dia os olhos desse mundo
Hão de perecer
Então mais cinco versos escreverei!

Ah, poesia...
Permita-me existir!

- Gina

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As Janelas

Olhou pela primeira vez e não estava lá. Os segundos amanheciam uns após os outros e assim dias se passaram. Seu olhar não entardecia. As janelas, compadecidas, sussurravam-lhe baixinho:

Menina dos olhos
Vá se deitar...
Logo amanhece, querida
Vá repousar!

Mas ela não cedia. Ainda que viesse a noite, o dia, os olhos que transpareciam tamanha tristeza permaneciam, insistentes. Anos se passaram. Quando ela se foi, as janelas de sua rua guardaram-lhe o olhar. Aquele, que espera ainda triste pelos olhos das janelas.

- Gina

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Rapidinha.

A Arte está para nós, assim como o pão, para João e Maria. Se estiver perdido procure-a. Uma musica pode lhe mostrar pra onde sua alma quer voltar; uma dança, com quem ficar; um quadro, pra onde ir; uma escultura, o que fazer; um livro, o que dizer; uma peça, como dizer; e um filme, como agir.
Portanto, se tiver perguntas, especte. Se tiver respostas, crie!



AMEM


Por João

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ê saudade (II)

Como ontem foi um dia muito corrido, falarei hoje sobre minha visita ao Coração de Maria.

Pra falar a verdade, sempre achei que correria alegre pelos campos verdes e floridos como num comercial de margarina quando acabasse a escola. Fiquei - de fato - muito contente quando acabou, MAS sinto muita saudade.

Aprendi muito com meus professores e o meu terceiro ano foi fantástico. Conheci pessoas maravilhosas e realidades completamente diferentes da minha. Tenho prazer em voltar e conversar com as irmãs, conversar com os professores e dizer que sinto falta de coisas que parecia odiar. 

Por uma coincidência, meus dois colegas de sala no terceiro ano estavam lá falando sobre suas experiências universitárias para alunos do nono ao terceiro ano EM. Acabei falando - até demais, como sempre - sobre as minhas experiências e sobre as saudades que sentia - E SINTO! - da escola.

A gente cresce, a responsabilidade vem e tudo o que eu mais queria era ficar mais algum tempo naquele lugar. 
Como o próprio título diz: ê saudade...

- Gina

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ê saudade...

Nessa terça-feira visitei a escola na qual terminei o ensino médio. Amanhã falarei mais sobre isso, pois não tive tempo de postar nessa quarta-feira. Pra não perder o costume, aqui está.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

De volta

Abraçou pra despedir-se
E, também, para desculpar-se
Esta ultima função ficou subentendida
Foram dias longos, como presente
Foram dias curtos, como passado
Sonhou com incesto
Com jogo, mas não com os numeros
Brochou
Gripou por isso
Foi traído
Piorou por isso
Um sorriso
um beijo
e algumas horas depois
Esqueceu
Melhorou por isso
De volta,
Quis voltar
Pensando em voltar
Pensou sobre a vida
Pensou, pensou
E não chegou a conclusão alguma
Só que tem saudades não sabe do que.


Por João.

AMEM.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

First Day Of My Life

First Day of My Life - Bright Eyes

This is the first day of my life
Swear I was born right in the doorway
I went out in the rain, suddenly everything changed
They're spreading blankets on the beach
Yours is the first face that I saw
I think I was blind before I met you
Don't know where I am, don't know where I've been
But I know where I want to go
So I thought I'd let you know
That these things take forever, I especially am slow
But I realized that I need you
And I wondered if I could come home
I remember the time you drove all night
Just to meet me in the morning
And I thought it was strange, you said everything changed
You felt as if you'd just woke up
And you said, "This is the first day of my life
I'm glad I didn't die before I met you
Now I don't care, I could go anywhere with you
And I'd probably be happy"
So if you want to be with me
With these things there's no telling
We'll just have to wait and see
But I'd rather be working for a paycheck
Than waiting to win the lottery
Besides, maybe this time it's different
I mean I really think you like me

Lembrei dessa música ontem... Merece ser ouvida e o clipe merece ser visto.
E eu penso no meu amor quando eu ouço (:

- Gina

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Polêmica.

Estive refletindo... Li uma notícia que falava sobre um outdoor de uma igreja evangelica falando sobre os homossexuais. Não preciso ir muito longe pra dizer que isso gerou uma polêmica imensa e o outdoor foi retirado. Sem querer piorar a situação, mas já chutando o pau da barraca, eu acho que o outdoor deveria ter continuado ali.
Quero deixar uma coisa muito clara: eu não tenho preconceito contra homossexuais. Cada um que se relacione com quem queira! Liberdade - pra mim - é isso. Também não estou defendendo o preconceito. Acho feio, mas todo mundo tem, pelo menos eu assumo os meus.
Então por que eu acho que o outdoor tinha que continuar ali? Por que quem colocou aquele outdoor lá tem o direito de dizer o que pensa. Entendam, isso não quer dizer que eu concordo com o que ele disse.
O que acontece é que não pode nada agora. Já falei uma vez sobre o politicamente correto no blog e essa mania de "somos todos certinhos e humanos de bom coração" - que já me encheu o saco. Todo mundo tem direito de ser babaca.
Não gosto de funk proibidão. Não respeito quem usa shortinho minúsculo. Acho feio quem é gordo e usa roupa coladinha. Não gosto de nazistas. É por isso que eu saio metralhando essas pessoas? Não. E é essa a questão.
Você pode achar o que você quiser. O pastor que colocou o outdoor tem todo o direito do mundo de achar que gays e lésbicas são pecadores aos olhos do Senhor e vão para o inferno. Isso quer dizer que ele tá certo? Não. Isso quer dizer que ele não pode dizer o que pensa? Não.

Cada um tem o direito de se relacionar com quem quiser e falar o que quiser.

O que não pode é essa moda de agredir homossexuais com lâmpadas e sair metralhando todo mundo. Isso é coisa de gente mau resolvida, viu?

Bom, essa é minha polêmica opinião. Você discorda? Concorda? Comente aqui!
Quer me metralhar ou me atingir com uma lâmpada na Av. Paulista? Vá transar um pouco e relaxe seu corpo selvagem.

Beijinhos e boa quarta-feira.

- Gina

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hipocondríaco.


Em tempo de remédios falsificados e laboratórios incompetentes, vale lembrar deste consumidor compulsivo que faz da bula Bíblia: o hipocondríaco. Ele padece do mal de ter mania de doenças e adora tomar remédios. Ao passar à porta da farmácia não resiste e pergunta: "O que tem de novidade?"

Nada mais ofensivo ao hipocondríaco do que erguer um brinde e desejar-lhe "saúde!". Ele só freqüenta coquetel de vitaminas. Encara sempre o interlocutor com aquele olhar de quem diz: "ando sentindo coisas que você nem imagina". No telefone, faz voz de vítima. Cara a cara, suplica, silente, a compaixão alheia.

Está sempre entrando ou saindo de uma gripe; já tomou todas as vacinas; sofre da coluna; padece de insônia; e trata médico como faz com motorista de táxi: "Tá livre?"

O hipocondríaco entra na Justiça exigindo mandado de prisão contra os radicais livres e duvida que alguém possa imaginar o tamanho da enxaqueca que teve ontem. Enquanto outros fazem shopping, o prazer do hipocondríaco é visitar drogarias de vitaminas importadas. Ingere pela manhã o abecedário em drágeas e nunca se deita sem antes tomar um chá de ervas.

Hipocondríaco não tem plano de saúde; prefere cota de cemitério. Gosta de se separar da família para morrer de saudades. E fica doente de raiva quando alguém diz que ele aparenta boa saúde.

O autêntico hipocondríaco carrega sempre uma dorzinha de lado, uma unha encravada, uma afta na boca, uma irritação na garganta, uma dor na coluna e umas tonturas estranhas.

Para o hipocondríaco, esposa ideal é a que banca a enfermeira; cadeira confortável é a de rodas; e cama macia, a de hospital.

O hipocondríaco é a única pessoa que, pelo som, distingue sirene de ambulância da de viatura de polícia e de bombeiro.

O guru do hipocondríaco é Hipócrates, e sua filosofia se resume nesta questão metafísica: "Se a gente nasce deitado e morre deitado, por que não viver deitado?"

O hipocondríaco morre de medo da vida saudável. Está convencido de que a diferença entre o médico e ele é que o primeiro conhece a teoria e, o segundo, a prática. Nunca pergunte a ele: "Vai bem?" É preferível: "Melhorou?"

O hipocondríaco só assina revistas médicas e, nos jornais, lê primeiro o obituário. Mas, ao contrário do que se pensa, o hipocondríaco não quer morrer — isto o curaria de sua loucura.

Nunca convide um hipocondríaco a matricular-se numa academia de ginástica. Ofereça-lhe um check-up. Os únicos exames que ele aceita fazer são os clínicos e adora ser reprovado. Se faz cooper, a perna dói; se pratica natação, fica resfriado; se flexiona o abdome, sente dor nas cadeiras.

O hipocondríaco escuta o médico com a mesma atenção que o bêbado ouve os conselhos do abstêmio. A turma do hipocondríaco se reúne em porta de farmácia e tira férias em clínicas de repouso.

O hipocondríaco é o único paciente que consegue decifrar letra de médico. Ele não se recolhe para dormir, e sim para repousar. Nunca deseje "bom-dia" a um hipocondríaco; pergunte: "Levantou melhor?" Aliás, ele não se levanta; tem alta. No aniversário, dê a ele um vidro de remédios. Todo hipocondríaco é viciado em aspirina, vitamina C e melatonina.

O hipocondríaco sabe dar nó nas tripas e acredita que o melhor lazer é curtir uma diverticulite. Considera incompetente todo médico que diz que ele não tem nada.

O hipocondríaco acredita em tudo que a mídia fala sobre cuidados com a saúde.

Quando viaja, não se hospeda; se interna. No bolso de dentro do paletó ele não carrega caneta, mas termômetro. E é a única pessoa capaz de enxergar vírus e bactérias em talheres de restaurantes.

Sonho de hipocondríaco é ser socorrido por um daqueles helicópteros UTI que aparecem na TV. E sempre reclama de que já existem telessexo, telepiada, telepizza, telessorteio, só falta o teledoença: você liga, descreve os sintomas e, do outro lado da linha, uma voz de médico prescreve a medicação.

Deve ter sido um hipocondríaco quem deu ao remédio que combate infecções o nome de antibiótico — que significa "contra a vida".

O hipocondríaco não tem remédio. Ele só se cura quando morre e, paradoxalmente, a morte é o sintoma mais óbvio de que ele tinha razão. Pena que não possa levantar-se do caixão e enfiar o dedo na cara de quem o tratava pejorativamente como hipocondríaco. De qualquer modo, repare como ele, defunto, traz um sorrisinho de vitória nos lábios.



Frei Betto

AMEM.

sábado, 20 de agosto de 2011

Simples assim.

-Oi.
-Oi.
-Como vai?
-Indo. E você?
-Também.
-Hum.
-Tá frio aí?
-Não, até que não. E aí?
-Mais ou menos.
-Que bom.
-É.
-...
-E o trabalho, muita coisa pra fazer?
-Bastante. E você?
-Também.
-...
-Volta.
-Pra onde?
-Pra mim.
-Por quê?
-Tá foda viver sem você.
-Por quê?
-Tô sentindo muito sua falta.
-Isso passa.
-Não.
-Não?
-Não passa.
-Passa sim.
-Como você sabe?
-Tudo passa.
-Menos isso.
-Passa também.
-Não passa.
-Passa.
-Volta.
-Não.
-Eu te amo.
-Para com isso.
-Então volta.
-Não dá.
-Por quê?
-A gente não tem mais jeito.
-Tudo tem jeito.
-Menos a gente.
-A gente também.
-Não tem.
-Tem.
-Não volto.
-Eu te faço panquecas de chocolate toda manhã.
-...
-...
-Olha, eu mentiria se dissesse que não sinto falta das suas panquecas!
-Então. Toda manhã, prometo.
-Não, não dá.
-Eu faço o que você quiser!
-Que tipo de proposta é essa?
-Tô tentando te ter de volta.
-A gente já viu que não dá certo.
-Vamos tentar de novo.
-Não acho uma boa ideia.
-Pense nas panquecas.
-...
-...
-Todas as manhãs?
-Todinhas. Sem pular nenhuma.
-Ok, tô indo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

De Giovanna a bibliotecária

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante."

Recentemente descobri minha metamorfose: estou me transformando em bibliotecária. Pra explicar...


As bibliotecárias são carinhosamente imaginadas dessa forma:


Por conta do meu curso superior - biblioteconomia - comecei a reparar em algumas coisas que estavam acontecendo em mim mesma.


Fato número 1: uso óculos. Por conta da minha corriqueira frase "alguém viu onde eu coloquei meus óculos?" preciso usar a correntinha pra não perder.
Fato número 2: nasci velha. Gosto de Roberto Carlos, depois da meia-noite já estou caindo de sono...
Fato número 3: tenho mania de organização. A dona de casa na minha casa, sou eu. E vivo reclamando da desordem alheia.
Fato número 4: Gosto de silêncio. Apesar de ser muito faladeira comunicativa, aprecio a paz interior que o silêncio me traz.
Fato número 5: Aprendi a fazer cachecol no tear.

O próximo passo são os cabelos brancos, mas eu chego lá!

- Gina

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que eu posso dizer?

O que eu posso dizer? Olha lá, acabou, exatamente como eu disse que seria, lembra? Bem no começo. E você me disse que não valia a pena sofrer por antecedência, que devíamos aproveitar o presente. Ok, até que faz sentido, mas a verdade é que não pude evitar, sofri por antecedência, o que eu posso dizer? Sofri antes da hora com medo de passar pelo o que estou passando agora, e do que me adiantou? Nada, absolutamente nada, continuo a sofrer do mesmo jeito (talvez até mais). E você? Foi, sumiu, deixou um vazio aqui, mas eu quero saber, eu morro pra saber, sofre também? Aposto que não. Como chegamos aqui? Como, que eu nem vi? Tudo era tão claro, tão certo, você era tão meu e eu tão sua, como viemos parar aqui? Eu aqui e você aí, tão distantes,  tão calados, sem abraços, sem conchinhas, sem telefonemas e mensagens de bom dia, noites frias, eu sem você você sem eu? Quando eu deixei você viver sem mim? Quando passei a não mais fazer parte da sua vida? Quando passei a não mais poder monopolizar seu corpo, te chamar de amor, te receber com um beijo, sem censuras? Quando, que eu perdi?
Me explica, mas me abraça antes.
Ai! Que saudade. Ai, que dor!
Mas passa, é claro que passa.
(Demora muito?)
Até.


Malu postando fora do dia. Sabe quando você precisa desesperadamente desabafar e não tem ninguém pra ouvir? Então.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Parnasiano

As Pombas

"Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais."


Raimundo Correia
__

Gosto do significado deste poema em sua profundidade.
M.L.

domingo, 7 de agosto de 2011

Saudades.

Eu sei que meu dia de postar é segunda, mas faz tempo que não apareço por aqui, tenho, portanto, uma extensa divida no blog. E agora me bateu uma vontade gigante de escrever.

Estou em Mirassol. Jogamos ontem à noite em Catanduva e viajamos ontem mesmo, depois do jogo, pra cá. À tarde vamos jogar contra o time da cidade. Estou de recassaca do jogo e dos pensamentos que eu tive antes de dormir.

Tem uma linha de trem perto desse hotel em que estamos hospedados. Eu nao vi essa linha, mas ontem à noite eu ouvi duas vezes a buzina do trem! Esse barulho me levou de volta pra Santos, pras noites no meu quarto que, apesar de kilometros de distancia do porto, é possivel ouvir a buzina dos trens que chegam ao cais! É um som deleitavel. Soma-se ainda ao som das catraias que, à uma distancia consideravel, ressoa ali naquela esquina onde eu moro! Tomado de extase por esse barulhos melancolicos, saío variavelmente á varanda pra sentir a maresia. Que delicia! De lá olho todas aquelas janelas dos prédios vizinhos, a maioria de luzes apagadas mas há uns comodos acesos, talvez alguem ainda acordado? ou ainda, é a luz que dá a segurnaça pra criança dormir? Quanta vida existe independente de nós!

Domingo que vem, eu viajo pra mais longe do mar ainda. Vou pra Goiás, uma cidade que chama Anapolis. Cidade da Ana. Mas a maresia e sua trilha sonora reverberá por lá. É ela que me acalanta!

Bééééééé...

AMEM.

Por João.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A espera.

Ainda que haja um fato sobre tal coisa e desta parta outra, não faço sentido delas. Talvez você faça, então lhe esperei por toda vida-lápis-papel. Quis entender, precisar, alterar, mas o quê? Seria tamanha melodia se finalizada a ideia, principalmente se o o fim não representasse. Essa é a essência, caro. Essa é a necessidade (i)material. Aguardei-lhe por tanto que a vida-lápis-papel tornou-se vida-teclado-tela. Portanto venha, e me diga, pois esperei-lhe por toda vida.

- Gina

sexta-feira, 29 de julho de 2011

17 fevereiro de 1968

Carta ao Ministro da Educação

“Em primeiro lugar queríamos saber se as verbas destinadas para a educação são distribuídas pelo senhor. Se não, essa carta deveria se dirigir ao presidente da República. A este não me dirijo por uma espécie de pudor, enquanto sinto-me com mais direito de falar com o ministro da Educação por já ter sido estudante.
O senhor há de estranhar que uma simples escritora escreva sobre um assunto tão complexo como o de verbas para educação – o que no caso significa abrir vaga para os excedentes. Mas o problema é tão grave e por vezes patético que mesmo a mim, não tendo ainda filhos em idade universitária, me toca.
O MEC, visando evitar o problema do grande número de candidatos para poucas vagas, resolveu fazer constar nos editais de vestibular que os concursos seriam classificatórios, considerando aprovados apenas os primeiros colocados dentro do número de vagas existentes. Essa medida impede qualquer ação judicial por parte dos que não são aproveitados, não impedindo, no entanto, que os alunos tenham o impulso de ir à ruas reivindicar as vagas que lhe são negadas.
Senhor ministro ou senhor presidente: “excedentes” num país que ainda está em construção? ! e que precisa com urgência de homens e mulheres que o construam? Só deixar entrar nas faculdades os que tirarem melhores notas é fugir completamente ao problema. O senhor já foi estudante e sabe que nem sempre os alunos que tiraram as melhores notas terminam sendo os melhores profissionais, os mais capacitados para resolver na vida real os grandes problemas que existem. E nem sempre quem tira as melhores notas e ocupa uma vaga tem pleno direito a ela. Eu mesma fui universitária e no vestibular classificaram-me entre os primeiros candidatos. No entanto, por motivos que aqui não importam, nem sequer segui a profissão. Na verdade eu não tinha direito à vaga.
Não estou de modo algum entrando em seara alheia. Esta seara é de todos nós. E estou falando em nome de tantos que, simbolicamente, é como se o senhor chegasse à janela de seu gabinete de trabalho e visse embaixo uma multidão de rapazes e moças esperando seu veredicto.
Ser estudante é algo muito sério. É quando os ideais se formam, é quando mais se pensa num meio de ajudar o Brasil. Senhor ministro ou presidente da República, impedir que jovens entrem em universidade é um crime. Perdoe a violência da palavra. Mas é a palavra certa.
Se a verba para universidades é curta, obrigando a diminuir o número de vagas, por que não submetem os estudantes, alguns meses antes do vestibular, a exames psicotécnicos, a testes vocacionais? Isso não só serviria de eliminatória para as faculdades, como ajudaria aos estudantes em caminho errado de vocação. Esta idéia partiu de uma estudante.
Se o senhor soubesse do sacrifício que na maioria das vezes a família inteira faz para que um rapaz realize o seu sonho, o de estudar. Se soubesse da profunda e muitas vezes irreparável desilusão quando entra a palavra ‘excedente’. Falei como uma jovem que foi excedente, perguntei-lhe como se sentira. Respondeu que se sentira desorientada e vazia, enquanto ao seu lado rapazes e moças, ao se saberem excedentes, ali mesmo começaram a chorar. E nem poderiam sair à rua para uma passeata de protesto porque sabem que a polícia poderia espancá-los.
O senhor sabe o preço dos livros para pré-vestibulares? São caríssimos, comprados à custa de grandes dificuldades, pagos em prestações. Para no fim terem sido inúteis?
Que estas páginas simbolizem uma passeata de protesto de rapazes e moças.”


Clarice Lispector

M.L.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Inicio, o fim e o meio.

Tenho muita dificuldade em encontrar início no fim. Sei que está lá, mas ainda sim sinto tristeza no fim. Ainda que o fim não seja, não se faça presente e sim hipótese, doi.

- Gina

sábado, 23 de julho de 2011

Tão claro.

Te pego, te seguro, te amarro
Te espero, te sigo, te calo
Te quero, te ligo, te falo
Te amo, te sonho, tão claro
Te pego, te tomo, te faço meu
Te quero meu, te faço meu
Te tomo meu, esse corpo teu
Esse corpo teu eu faço meu.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Lista de cinco músicas sobre o amor

Caros leitores,

Hoje não é meu dia de escrever no blog, mas ainda sim aqui estou. A minha condição básica de existência - ser mulher - trouxe-me aqui para preencher a que seria uma das muitas quintas-feiras vazias no blog  e apresentar-lhes minha lista.
Fiz uma seleção de músicas brasileiras e estrangeiras que falam sobre o amor. Como o repertório delas é muito grande, eu limitei a escolha as músicas que tenho no meu celular. Antes da lista, respostas as possíveis reações as minhas escolhas.

a) MAS VOCÊ ESQUECEU DESSA AQUI Ó!

Novamente: escolhas limitadas as músicas do meu celular.

b) E SE A MÚSICA QUE EU FALEI TEM NO SEU CELULAR E VOCÊ NÃO COLOCOU?

A lista é minha.

b) ESSA MUSICA QUE VOCÊ ESCOLHEU É UMA DROGA!

A lista é minha.

Dentre outras reações. Reclamações, sugestões ou elogios, favor comentar.

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Músicas brasileiras e minhas justificativas:

Eu te amo - Chico Buarque

Essa música tem uma força poética muito grande. Quando a ouço, quase sinto dor, mas ainda permaneço de alma ilesa. Como se perdesse o sentido do viver e continuasse meu caminho no automático. Nessa versão: Chico Buarque, Tom Jobim e Telma Costa.

Último romance - Los Hermanos

"E até quem me vê lendo jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei." A música conta a história de um casal que envelhece juntos. Essa música é muito, muito bonita. Ouçam.

Pra você guardei o amor - Nando Reis part. Ana Cañas

Eu nunca soube explicar o que é o amor, mas se eu soubesse, teria escrito essa canção.

Amores imperfeitos - Skank

Tenho um carinho especial por "Amores imperfeitos". É uma música leve e me lembra que nada - nem ninguém - é perfeito quando se ama.

Exagerado - Cazuza

Todos já fomos - ou somos - exagerados quando amamos. Principalmente no início, no auge daquela paixão toda.

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Músicas estrangeiras e minhas justificativas

Thank you for loving me - Bon Jovi

Obrigada(o) por me amar. Tem agradecimento mais lindo que esse minha gente?!

Songbird - Fleetwood Mac

Por que é isso que desejamos àqueles que amamos.

My Man - Barbra Streisand

É muito difícil admitir que amamos tanto alguém. Nessa interpretação, Barbra deixa isso muito claro. Um esclarecimento: essa é a música que encerra o filme Funny Girl.

Maybe I'm Amazed - Paul McCartney

Maravilhosa. E é isso.

Love of my life - Queen

Quando vejo o vídeo dessa música que emociono. É como se Freddie fosse um grande maestro... O que ele, de fato, era. Ainda que você não seja fã da banda esse vídeo é muito bonito e a canção é de partir o coração. I STILL LOVE YOU!

Uma boa noite para todos os apaixonados, os solitários, os solteiros e os indiferentes.

- Gina

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Thiago Fragoso se prepara há um mês para correr nu em O Astro.

Pra quem duvida, isso é uma notícia.

Depois de ler essa notícia, liguei para a globo imediatamente. Depois de muita espera - com direito a músicas de elevador de motel - conversei com o diretor de O Astro e concordamos que Thiago Fragoso realmente estava despreparado para esse papel. Expliquei que eu não precisava de preparo para correr nua e ele concordou em realizar um teste.
É isso aí pessoal, fiquei duas semanas no Projac correndo pelada! Oras, preparo para tirar a roupa e sair correndo, vejam só...
Caros leitores, sintonizem na globo mais perto de você e assistam a minha estreia como atriz. Só pra explicar, não é pornô, o nome é nu artistico.

Globo: a gente se liga em você.

- Gina

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dia 18 de julho.

Pode parecer falta de idéia, e é mesmo. Mas você reparou que dia é hoje? Já passamos da metade do ano.
Virou clichê dizer que o tempo passa rápido. E já era anunciado em Apocalipse que o fim estará mais proximo quanto mais o tempo passar. Desconfio que essa afirmação seja uma filosofia barata: quanto mais velhos, mais próximos da morte, mais o tempo passa.
O tempo do filho não é o mesmo tempo do pai, já cantavam os Titãs em alguma música.
Todos dizem e se espantam como o tempo se esvai. Mas não temos, de fato, essa consciência. A rotina põem um fim à comtemplação, e não absorvemos que o tempo passa rápido demais!
Olhando pra trás e vendo os momentos felizes e os triste, que na hora pareciam eternos, passaram. A infância e a adolescencia... Dá um medo...
Qualquer conselho barato incentivando voce a fazer o que quiser, falar o que realmente pensa pra pessoas, curtir o momento, carpe diem, é bobagem! Você sabe disso, não tem consciência, mas sabe!
O que tenho pra lhe dizer, e nao me importa por qual momento está passando: é que essa fase passa! E a próxima passará da mesma forma.
E o ultimo conselho é para você desacelerar um pouco! Tenha menos pressa!


AMEM!

Por João

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mother

Mother- Pink Floyd

Acho que essa música mostra os prazeres e infelicidades da maternidade. Ser mãe não é fácil, pelo menos é o que eu sempre ouvi as mães dizerem. Então, aqui está. O contexto materno é o tema por que amanhã é aniversário da minha mãe e nós não estaremos juntas. Ela vivia me perguntando quando eu ia escrever sobre ela aqui. Pronto mãe, não é sobre você, mas um estar estando human(a) o qual você sempre viverá. Afinal, ex-mãe não existe.

Esse post é dedicado a minha mãe que amanhã completa xx anos (se eu colocasse a idade...).

- Gina

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ilusão.

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AMEM

Por João.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Haver

Apenas vive-se na ignorância do ser
Na fome de dizer
Na sede de vencer.
Apenas vive-se no gigantismo dos ignorantes
E na estupidez dos iniciantes.
Apenas vive-se sem saber viver
Sem saber por quê
Em ser. Sem ser.

M.L.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma noite de cão.

Fiquei responsável de concluir um trabalho final para uma disciplina. Ontem, baixei o arquivo e o conclui, bem como corrigi todos os erros do trabalho de vinte e sete (27!) páginas.
Só que quando fiz o download do arquivo, ao invés de - como uma pessoa normal - clicar em salvar, cliquei em abrir. Sim, eu tenho uma doença mental.
Depois que editei todo o trabalho e o salvei várias vezes - achando que o arquivo estava no desktop -fechei-o e fui anexá-lo ao email para minhas colegas de grupo. É claro que eu não consegui enviar, por que o arquivo sumiu.
Sumiu? Sim, sumiu.
Ou seja, eu perdi todo o meu trabalho de 5 horas no computador.
- Ai Giovanna, mas dá pra recuperar...!
Não porra, não dá.
Uma das coisas mais legais disso é que quando eu fui enviar o email, o relógio marcava 01h30. Estava fudida e com sono.
Resumindo: perdi toda a correção do meu trabalho após cinco horas de trabalho, fiz uma conclusão escrota só pra tapar o sol com a peneira e, além de tudo, enquanto escrevia a conclusao no proprio email, o computador reiniciou. SOZINHO.

Enfim, só queria compartilhar esse momento escroto da minha vida acadêmica.

Boa semana a todos e boa risada da minha desgraça.

- Gina

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Preconceito.

Baseado, inspirado, menção, homenagem, tributo: Mistérios em São Cristóvão, de Clarice Lispector.

Em um canto da cidade uma familia preparava-se para dormir. Num outro canto tres mascarados saem por uma porta.
Esses tres enveredam pelas ruas e decidem pular o quintal da casa da familia. Invadem o quital para roubar os jacintos e aderirem-nos á sua fantasia - eles caminhavam á uma festa a fantasia-, quando são surpreendidos pela menina que de dentro da casa ve tudo atraves da janela. Os mascarados fojem do susto da menina...

Esse é um grosso resumo de uma conto deleitavel de Clarice Lispector. Mas a narrativa me levou à reflexão de que ladrões não roubam flores, nem cartas de amor, nem abraços... Será que o que eles roubam é mesmo valioso?
Você pode me apontar que eles roubam vidas, matando vitimas e deixando familias ocas, eu ligeiramente lhe digo: esse é o ócio do oficio. Ninguém mata outra pessoa achando que levará consigo a vida da vítima. Eles não têm coração, nem poesia dentro dele.

Como a própria Clarice termina uma crônica sua: Fiquei pensativo.


AMEM.

Por João.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A verdade do silêncio

"Sei que a mudez, se não diz nada, pelo menos não mente, enquanto as palavras dizem o que não quero dizer."
Clarice Lispector

M.L., estou muda.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O mundo tá muito chato.

Nesse feriado, enquanto mudava de canal, resolvi assistir um programa chamado "crianças excepcionais". Eu achei que o programa falava sobre crianças com algum tipo de deficiência quando, na verdade, o programa mostrava crianças com algum tipo de talento especial.
A palavra excepcional tornou-se dúbia. Pode tanto significar especial como deficiente e isso só acontece por que o mundo está politicamente correto demais. Quando foi que a palavra deficiente ficou feio? Quem resolveu que excepcional e especial seriam sinônimos de deficiência? Tanto isso é verdade que eu fiz a confusão de assuntos! Não que uma pessoa com alguma deficiência não possa ser excepcional, mas deficiente e excepcional não são as mesmas coisas!
Isso não acontece só com a palavra deficiente. Minha avó, por exemplo, chama seus clientes de negrinha(o). Hoje, não pode mais. É feio, preconceituoso com as pessoas negras, pejorativo, diminue... E sabe o que eu acho? O mundo tá muito chato!

- Gina

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Instantes.

Hoje não podia ser diferente:

"Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
Na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido;
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais risco, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
Subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares aonde nunca fui,
Tomaria mais sorvete e menos lentilha,
Teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que vieu
Sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas se pudesse voltar a viver,
Trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida,
Só de momentos;
Não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
Sem um termômetro, una bolsa de àgua quente,
Um guarda-chuva e um para-quedas;
Se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
Começaria a andar descalço no começo da primavera 
E continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
Contemplaria mais amanheceres
E brincaria com mais crianças,
Se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
E sei que estou morrendo."


Autoria discutível. Poema atribuido ora a Jorge Luis Borges, ora a Nadine Stair.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Oi gente, meu nome é Duda


já fui assim bebê...

hoje eu sou super

adoro brincar e amo banana

mas depois me dá um soniiiinho...



M.L.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

sozinho.

"...

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está maduro
Onde está você agora?

..."

Nessa quarta, apenas Caetano.

- Gina

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Basquete

E tava demorando...

Enquanto, em tese, a média pra se formar um atleta olimpico é de 10 anos, no basquete essa regra varia em 1 ou 2 anos, para mais. O que se explica a baixa popularidade desse esporte. O consumidor procura por esportes que sejam facéis de se jogar, que rapidamente revelem atletas e que esses, por sua vez, sejam a estrelas do time (se tiver moicano fica melhor ainda). É claro que o empreendedor sabe disso...

O basquete como jogo é cruel. Ironicamente, a ínfima parcela do jogadores que se dedicam ao extremo treinando e abdicam da "vida comum" é a parte que consegue o êxito nesse jogo de erro. Não falo de "sucesso" porque isso é subjetivo. E falo em jogo de erro porque, jogando, mais se erra do que se acerta; cabe ao jogador saber lidar com seus fracassos. O segredo consiste em consertar o erro. É nessa hora que audácia e sorte se confudem.

O basquete como esporte é democrático, arte, inclusão social, escola e promove o auto-conhecimento. Não precisa ser alto e forte para bater um bolinha.
Artisticamente é lindo pois exige um sincronismo da equipe que leve à precisão da cesta! Inclui os jovens e faz com que eles se interajam, aprendemos a lidar com as diferenças, a suprir a carência técnica do companheiro. Promove o auto-conhecimento porque nos leva ao nosso limite físico e emocional: sentimos no corpo e na mente o estresse de treinar e conviver com o grupo, aprendemos a suportar nossas dificuldades e, feito isso, depois de uma distância temporal e emocional, percebemos que nosso limite está em nossa cabeça. Somos nós quem o criamos, talvez ele nem existe. Começamos, assim, a refletir sobre nossas possibilidades de execução e chegamos a infinitas bifurcações. 

O que o basquete me ensinou, e vive a me provar, que sempre há uma chance do impossível acontecer

AMEM.

Por João.

sábado, 18 de junho de 2011

Que merrrrda!

Queria ter um sotaque foda. Sabe, daqueles que te fazem único mesmo no meio de uma caralhada de gente. Daqueles que deixam de ser apenas sua maneira de falar e passam a fazer parte do seu jeito de ser. Se tornam uma característica exclusiva e particular. Te tornam especial, diferente. E, se você estiver em qualquer outro lugar, podem virar até mesmo motivo de admiração. Eu, por exemplo, admiro todos os diversos sotaques existentes pelo Brasil afora, em especial o mineiro, o gaúcho e o carioca. Principalmente esse último. Fala se aquele "s" característico não é apaixonante?


Pois é, mas tudo o que eu tenho é um sotaque levemente caipira proveniente do interior paulista e que me permite dar uma discreta puxada de "r" de vez em quando.


Mas que merrrrda!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um tópico

Certa vez estava percorrendo as vitrines do shopping, e deparei com um jogo de canecas: em uma escrito EU e, na outra, VOCÊ. Então pensei na crise de identidade que isso poderia causar.
Imagine acordar de manhã, pegar sua caneca e está escrito VOCÊ, sendo que "VOCÊ" é "EU", e outra pessoa poderá estar sendo você, digo, "EU".
Não é confuso?!

M.L.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desconstrução do mito USP.

As pessoas me tratam diferente quando descobrem que eu estudo na USP. Arregalam os olhos, são mais simpáticas, me elogiam... E isso me fez refletir sobre uma grandeza imensa de esteriótipos que a USP possui.
Hoje deixo claro que você, caro leitor, não precisa ser inteligente pra passar na USP. Precisa ser esperto e conhecer todas as artimanhas que o vestibular impõe.

Não que o vestibular não seja difícil, ele é, mas a verdade é que a palavra vestibular inclui uma série de fatores que combinados resultam na aprovação. Principalmente o da FUVEST.

O que é mais engraçado é que muitas pessoas entram na USP se consideram superiores. Na verdade, essas mesmas pessoas querem mesmo beber muita cerveja, fumar um baseado e curtir a vida de universitário.

Então aqui vai, senhores estudantes fodões da USP:

Você pode ter um MAC, um iphone ou blackberry de última geração e ser o cara mais gostoso e comedor da faculdade.Você pode ir a todas as festas e considerar uma perda de tempo conhecer pessoas com um estilo de vida diferente do que você tem. Muitas pessoas vão te tratar bem por todos os fatores acima, mas você é só  mais um em 7 bilhões de pessoas e seu dinheiro e beleza não fazem de você uma pessoa mais interessante.

E só mais um esclarecimento: estudar na USP é muito legal, mas não é tudo.

- Gina

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Bombeiros salvam minha esperança.

Sobre os salários dos bombeiros, não deve-se falar nada, o silêncio nesse caso mostra minha indignação. E não é só o salário dos bombeiros fluminenses, não. 900 e poucos reais é o que ganham os heróis do Rio De Janeiro, lembra daquele acidente na região serrana, que matou centenas de pessoas e deixou milhares desabrigadas? Você lembra quem salvou e quem morreu salvando aqueles moradores? Os mesmos bombeiros que reinvidicam pelo aumento de salário. É uma vergonha pro governador, eu pelo menos ficaria enrubescido de pagar 900 reais pros heróis nacionais.
O fato é que alêm de tudo, eles não aceitaram essa situação queto, apesar de indignados. Eles invadiram a corporação com seus familiares e disseram, só vamos voltar a trabalhar quando aumentarem nosso salario. Como essa atitude me deixou contente! Os brasileiros estão abrindo a boca, indo ás ruas, protestando para os que lhes convém. Que maravilha!
Nessas horas que me vem na cabeça e se materializa em meus lábios, em forma de assobio, aquela música do Ben Jor: Moro num país tropical, abençoado por Deus. E bonito por natureza, mas que beleza! Em fevereiro tem carnaval!!!!!!
Um beijo. Boa semana!

AMEM.

Por João.