segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acostumamos a nos acostumar.

"Por pensar demais, preferi pensar em nada."

O ser humano tem alguns costumes que me aflige. Existe as manias triviais, no mínimo curiosas, como escovar os dentes sempre com a mesma mão, ajeitar o cabelo (os que ainda o possuem) a cada espelho passado e bocejar quando o outro boceja; até casos mais complexos que um bom freudiano resolveria como ser eternamente apaixonado por uma pessoa, sentir necessidade de conversar com o semelhante (desconhecido) no elevador e, em casos extremos, revesar a mão que se escova os dentes - treinando assim, quem sabe Miguel Nicolelis (?), o cérebro.

Mas de todas essas manias, trejeitos, tiques, costumes e afins o que resolvi desenvolver hoje aqui é a, vamos chamar assim, mania de se acostumar.

Os biologos chamariam de mimetismo; os psicologos, de adaptação ao meio; os automobilistas, de aerodinamica; e por fim, os filosofos de boteco denominariam tal "escape" como dança conforme a música.

Os escravos, de geração pra geração, se acostumaram a trabalhar nas piores condições. O camelo, não sei por quais razões científicas, aprendeu a ficar dias sem beber àgua. O Bochecha já canta sem o Claudinho, pra ferrar com a Adriana Calcanhotto. E nós quando temos algum problema que não conseguimos sobrepujá-lo nos acostumamos a conviver com ele.

Tenho comigo uma teoria que viver dói. Respirar dói o pulmão. Comer dói a boca e o estômago. Só de estarmos vivos, a pressão, a denotativa, nos machuca. A prova disso é que o bebê nasce se esgoelando de tanta dor. No entanto, cá estamos a viver sem nem sentir tais tormentos. Teremos nós aprendido a conviver com eles?

Existem problemas mais concretos com os quais convivemos numa boa sem lembrar que antes eles nos eram causa de choros e, quiçá, velas. Por exemplo, trabalhar com alguém que seja insuportável, ter que cumprir hora num lugar down, acordar cedo etc. Você aí no seu aconchego pode meditar um instante e lembrar de algum exemplo na sua vida.

Conviver com o problema numa boa, não significa extingui-lo. Significa aprender a ignorá-lo.

Quando não podemos mudar o problema, devemos saber encará-lo de uma forma diferente, ou quem sabe não encará-lo.

Viveremos com problemas a vida toda, e há quem diga que são eles quem fazem a graça da vida. Há controversias.

_

MAMEM.

por João.

Um comentário:

  1. Esse texto tem muito daquilo que conversamos no dia do show de talentos. Resolvi ignorar o problema e viver o melhor possível com isso.
    Estou me acostumando a me acostumar. Mas que é difícil...

    ResponderExcluir