terça-feira, 29 de março de 2011

Fulano de tal chamado pelo nome.

Querido, amor, vida e outros apelidinhos carinhosos. Filhão, princesa, meu garoto, minha lindinha e outros apelidos afeiçoados. Mas ao aprontar, não há apelido que aguente: primeiro nome ou até nome completo!

Por que as pessoas quando ficam irritadas ou brigam chamam umas as outras pelo nome? Tom de seriedade?

Não posso me esquecer do tom imperativo. Algumas vezes de descaso. Em outras o tom é tão alto que os vizinhos comentam o que aconteceu na hora do jantar.

Engraçado isso. Se não tiver graça, no mínimo curioso. É cultural: brigou, nome. Briga feia, nome completo.

Só isso por hoje. E antes que eu me esqueça, minha singela homenagem pro José de Alencar. Bom - enfim! - descanso.

- Gina

segunda-feira, 28 de março de 2011

Canibais, recolhei-vos.

Comer ou não comer animais?

Um grupo crescente de jovens tem optado por não comer animais, movidos mais por questões éticas e ambientais do que saúde.

Portanto, segue abaixo algumas dicas, motivos e dados para quem se interessar:

1. 80% das áreas dematadas do país são ocupadas pela atividade pecuária.

2. A criação de animais emite mais gases de efeito estufa do que todo o setor de transporte.

3. A cada 18 segundos, um hectare de floresta amazônica é convertida em pasto.

4. O rebanho brasileiro que mais cresce está na região amazônica.

5. Galinhas poedeiras (que botam ovos) vivem numa área menos que uma folha de papel A4 cada. Os pintinhos machos que nascem nessa indústria são "destruidos" em maceradores porque não têm valor comercial.

6. 6 semanas é o tempo médio de vida de um frango de granja até seu abate. Na natureza, ele viveria cerca de 15 anos. Esse crescimento em tempo recorde é estimulado artificialmente.

7. Frangos de abate tem seus bicos cortados para não machucarem uns aos outros ou a si próprio.

8. 70% dos estoques pesqueiros comerciais estão ameaçados de extinção.

9. Leitões são castrados sem anestesia e vivem em cercados superpovoados para se locomoverem menos e, assim, engordarem mais e mais rápido.

10. Para cada quilo de camarão pescado em redes de arrastão, cerca de 20 quilos de outros animais marinhos são mortos "sem querer" e atirados ao mar.

11. 15 mil litrosde água são exigidos na produção de apenas um quilo de carne.

Preste atenção:

- Dê preferência a ovos ôrganicos ou caipiras, produzidos por galinhas criadas livres.

- Escolha carnes ôrganicas e certificadas com comprovação  de origem (para ter certeza de que não ajudaram a desmatar a Amazônia).

- Adote a campanha Segunda Sem Carne. Com isso, você reduz o seu consumo de carne e faz refeições diferentes às segundas. O ex-beatle Paul McCartney, a Oprah Winfrey e os artistas Gilberto Gil e Marisa Monte já adotaram.

- Consulte um nutrólogo para aprender a fazer refeições equilibradas e nutritivas. Discuta com ele a necessidade do uso de suplementos vitamínicos.

- Quem não come carne tem mais chance de ter anemia, causada pela carencia de ferro. O ferro de origem vegetal (feijão, cereais integrais, castanhas e folhas escuras) é melhor absorvido pelo corpo se acompanhado de vitamina C (frutas e verduras cruas).

Fontes: Governo Federal, Unesco, ONU, FAO, WWF.
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Daqui a uns anos olharemos para trás e veremos como nos alimentamos de forma arcaica. Está na hora de mudar.
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Amem!

por João.

sábado, 26 de março de 2011

A mortalha do amor, adeus


Sinto saudades de quando você cantava pra mim.
O tempo passou e ainda passa, mas eu sempre vou me lembrar de todas aquelas músicas.

Olé, mulher renderia
Olé, mulher rendar
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namorar

Calangotango do calango da lacraia
Meu cabrito tá na corda
Meu cavalo tá na baia

Oi, trepa no coqueiro
Tira coco
Gipi-gipi
Nheco-nheco
No coqueiro oi-li-rá!

Wop-bop-a-loom-a-blop-bam-boom
Tutti frutti, oh Rudy, tutti frutti, oh Rudy
Tutti frutti, oh Rudy, tutti frutti, oh Rudy
Tutti frutti, oh Rudy
Wop-bop-a-loom-a-blop-bam-boom

Blue moon, you saw me stading alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own

Love me tender, love me sweet
Never let me go
You have made my life complete
And I love you so

Essa canção que eu canto
Fala só de você
Fala do seu sorriso, do seu encanto
Sabe por quê?
O amor veio cantando
Essa linda canção
Veio e fez morada
No fundo do coração

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Salagadoola mechicka boola 
Bibbidi-bobbidi-boo
If your heart believes it or not
Bibbidi-bobbidi-boo

Sono il factotum della citta, 
Sono il factotum della citta, 
della citta, della citta, 

Della citta!


E tantas outras.
Como eu poderia imaginar que um dia elas me deixariam tão triste?
Como eu poderia saber que você não estaria aqui pra sempre?
(Você não me avisou, você não me avisou, você esqueceu de me avisar.)

Não sei onde você está e nem porque teve que ir.
Mas, se eu pudesse ouvir sua voz apenas mais uma vez, não perguntaria nada disso.
Eu só pediria pra você cantar.

Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

terça-feira, 22 de março de 2011

Friday

Eu vi a notícia de que uma menina de 13 anos era o novo "Justin Bieber". Fiquei curiosa e fui conferir. Na verdade, a música é muito pior que a do Bieber.

A canção intitulada Friday - daí o título do texto - começa com Yeah, yeah (que eu particularmente acho que em boa parte das músicas é falta do que falar) e depois parte pra uma descrição do que ela faz da hora que acorda até a hora em que vai pegar o ônibus pra escola. Ela fica em dúvida sobre em qual  banco sentar no carro conversível dos seus amigos e chega, enfim, o refrão:

It's Friday, Friday (É sexta, sexta)
Gotta get down on Friday (Tenho que curtir a sexta)
Everybody's lookin' forward to the weekend, weekend (Todos estão ansiosos pro final de semana)

Fica pior, mas o clipe consegue ser mais incoerente do que a música. A maior incoerência do clipe é o passeio no conversível de seus amigos. 

Incoerência um: Nenhuma menina de treze anos vai de conversível pra escola, a não ser que o motorista ou o pai esteja dirigindo. A não ser que a menina seja uma celebridade.
Incoerência dois: Quem dirige o carro deve ter no mínimo 16 anos, pois a lei dos EUA não permite que ninguém abaixo dessa idade dirija. No entanto, ao olhar pra motorista, ela aparenta ter a mesma idade que a cantora.
Incoerência três: Pressupondo que a motorista tenha 16 anos, que garota de 16 anos quer levar quatro crianças de 13 anos pra passear no seu (dos pais) carro conversível? Se essa menina tiver amigos, eles a ridicularizariam.
Incoerência quatro: Que pai deixa sua filha de 16 anos dirigir seu carro conversível? A não ser que a menina seja uma celebridade.
Incoerência cinco:  O rapper que aparece no clipe. O que ele tem a ver com as crianças?
Incoerência seis: A cantora vai pra uma festa e as garotas estão maquiadas e vestidas como se fossem pra uma balada. Sim, crianças de 13 anos.
Incoerência sete: Onde estão os adultos nessa festa? Ainda que estivessem fora, a criança ficou sozinha? Numa mansão? E os pais dos convidados não ligaram pros pais do dono da festa?

Posso estar ultrapassada, mas quando eu tinha 13 anos, minha mãe perguntava com quem eu saia, eu não podia voltar depois das 10 de lugar algum, não me vestia como se tivesse quatro anos a mais do que tinha... Mudou tanto assim ou esse clipe é realmente muito ruim? Sem contar a voz da menina, que é horrível.

A crítica não vai para Rebbeca Black, a cantora. A não ser pela voz, que é ruim. A crítica vai pras pessoas que fazem esse tipo de música babaca e clipes imbecis como esse. O que aconteceu com a boa música?

Link para a letra: http://letras.terra.com.br/rebecca-black/1849234/
Link para o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=URP3mHUazWc&feature=player_embedded
Sugestões, reclamações e elogios: pensamentosdeestante@hotmail.com
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Sigam-nos!

- Gina

segunda-feira, 21 de março de 2011

As diferenças entre São Paulo e Londres.

"São Paulo, 30ºC. Londres, 5ºC. Mais que a súbita mudança de temperatura, o que me chama a atenção nesse começo de viagem são as diferenças na discussão sobre sociedade e comportamento em duas das maiores cidades do mundo.
Assim que cheguei, soube que a cidade se afogava novamente. Mais do que as chuvas torrenciais e a falta de infraestrutura, o que nos paralisa como sociedade são os fatos que mostram o quanto estamos distantes da justiça e dos direitos iguais a todos.
Notícias do Brasil: dois alunos da Fundação Getulio Varfas em São Paulo baleados num bar ao lado da faculdade. Duas garotas sofrem agressões no campus da UFRN porque estavam namorando. Um motorista atropela 15 ciclistas em Porto Alegre porque, segundo ele, não tinha outra alternativa. Estudo revela que a violência entre jovens cresceu de forma assustadora entre os mais novos nas duas últimas décadas e já é responsável por mais de 60% das mortes de jovens.
Notícias estampadas no jornal inglês "The Times": estilista inglês John Galliano, da Dior, demitido após ter feito declarações racistas e antissemistas. Justiça impede casal heterossexual inglês de adotar crianças porque disseram ser homofóbicos (autoridades avaliaram que não seria bom eles criarem uma criança). Pela primeira vez um jogador de críquete (tradicional esporte inglês) se declara gay e recebe apoio do time.
Longe de achar que Londres é perfeita. Mas, enquanto meninos e meninas apanham no Brasil porque namoram pessoas do mesmo sexo e ainda se discute se casais gays têm direito de crias uma criança, aqui se proíbe adoção a casais heterossexuais homofóbicos.
É bem bacana nosso país ser uma das apostas do futuro! Mas mais importante ainda seria a gente avançar nas questões que garantam redução da violência e direitos iguais para todo."

De Jairo Bouer.
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Amem.

Por Jõãõ.

domingo, 20 de março de 2011

Quando deixei de falar

Quando deixei de falar?
Quando deixei de ser eu mesmo?
Quando deixei de enxergar você?
 
Estou vivendo na cidade do silencio
Lugar onde todos moram durante alguma parte da vida
Não lembro como cheguei, mas faço ideia
Nunca somos nos mesmos
Abandonamos o nosso propósito
E nos mudamos para a cidade do silencio
 
Cidade do silencio
Lugar onde somos cegos
Lugar onde perdi a memória
Lugar onde perdi você
Dentro de mim
 
A vida é como massa de modelar
Ela será apenas o que a criança quiser que ela seja
Nem mais nem menos
Desprezamos tantos valores
Abandonamos as razoes de viver
Não percebemos que somos nos as crianças donas da massa de modelar
Jogamos fora a vontade de lutar
Quando dos nossos trabalhos surgem apenas carros novos e felizes vamos pilotar

Matheus Pereira

sábado, 19 de março de 2011

Você me faz acreditar

Claro que eu queria tudo diferente; cruzar a calçada da tua vida meses antes, ser menos tímido, mais arrojado, teu primeiro amante.

Claro que eu queria tudo diferente; emprestar tuas ruínas, adotar tua explosão, alugar tua ironia, tomar tua vida de assalto.

Claro que eu queria tudo diferente; ser teu par no baile de formatura, o amor da tua infância, a paixão da tua adolescência.

Claro que eu queria tudo diferente; ser o motivo do teu choro, a razão da tua alegria, seu primeiro amor, o último amor.

Claro que eu queria tudo diferente; compor frases em francês, dominar o inglês, conhecer a Europa, ler mais livros e ter um apartamento em Ipanema pra pintar tua vida com bossa nova.

Claro que eu queria tudo diferente; levá-la pro Rio dos anos 1940, transformar a lanchonete que abrigou nosso primeiro encontro em nossa cozinha e te devorar com os olhos, porque a tua pele é a comida mais gostosa que já provei na vida.

Claro que eu queria tudo diferente; fazer parte dos seus 16 anos, ser um pouco mais novo, parecer mais velho, provar que você não é coadjuvante. É protagonista. 

Claro que eu queria tudo diferente; fazer da orla da praia nosso quintal, escrever um livro revisado por você, e dedicado a você, ter sua nudez todos os dias ao meu lado, seu corpo como vizinho em minha cama.

Claro que eu queria tudo diferente; soprar poesia nos teus olhos para dilatar suas pupilas, tirar palavras da tua boca, colocar palavras na tua boca, exaltar tua beleza, violentar tua beleza, fazer troça do que você batizou de defeito, amar o teu defeito. Como eu amo teus defeitos!

Claro que eu queria tudo diferente; expulsar teus fantasmas, sequestrar teu pessimismo, assassinar o medo da decepção, reproduzir prosa e verso em escala industrial pra te bombardear com delicadezas.

Claro que eu queria tudo diferente; provar que meu último amor ficou pra trás não pela distância, mas pelo distanciamento, provar que meu último amor morreu ainda no ventre. Foi ficção, não realidade.

Claro que eu queria tudo diferente; porque o meu novo e único amor pode ser você, só pode ser você, porque você não é “segunda opção”, é prioridade. Foi com você, e só com você, que não me assustei e até simpatizei com a possibilidade de ter um filho. Você acredita nisso? Acredite nisso! Não sei o porquê, mas é verdade. Senti isso.

Claro que eu queria tudo diferente; porque você é diferente, com você é diferente, pode ser diferente. Diz que não pode? Pode! Ainda dá tempo. Você me faz acreditar.

* Perdida em um arquipélago qualquer, Malu Rodrigues - colunista de sábado do Pensamentos de Estante  - cedeu, gentilmente, sua prateleira ao sujeito que cruzou tua calçada há exatos dois meses., com um guarda-chuva azul nas mãos. Prováveis erros ortográficos não devem ser atribuídos à autora.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Entenda

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
                                   
                                        Drummond
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Reflita...

M.L.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pequeno fato

Hoje eu quero dizer que, domingo passado, quando a minha mãe, professora de escola pública, estava me levando para a rodoviária para retornar para Marília, ela me contou que, certo dia em que estava indo para a escola em que trabalhava viu uma aluna dela se prostituindo no centro da cidade.

Beijos, me retweeta.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sem assunto

Pra ser sincera, não sei sobre o que escrever. Não aguento mais ouvir sobre o Japão - fiquei muito comovida, mas minha cota de tragédia da quinzena já atingiu o topo - então vou escrever sobre a falta de assunto, que predomina nessa terça-feira.
Falta de assunto é um pouco desconfortável. Dependendo do seu humor e da situação, muito desconfortável. Por exemplo:

[Situação 1] Você está no elevador sozinho quando alguém entra:

- Bom dia!
- Boa tarde.
- Nossa, já são duas horas, né?
- É...

silêncio.
- Que tempo ruim, não? Nem peguei meu guarda chuva...
- Hm...
- Tchau, bom dia!
- Tchau.

No elevador sempre tem alguém que fala demais e alguém que não está nem um pouco afim de conversar.

[Situação 2] Você acabou de conhecer alguém na faculdade:
- Você faz Publicidade?
- É! Passei dois anos fazendo cursinho e estudando muito pra passar.
- Caramba! Parabéns!
- Valeu. E você, estuda o que?
- Ah, eu faço biblioteconomia! É bem legal.

Respostas possíveis:
- Biblio o que?
- Você vai mandar as pessoas ficarem quietas?
- Precisa de faculdade?
- Tem o que a ver com economia?
- Faz o que?
- Você vai usar aqueles óculos e sainhas curtas?
- Parece tão chato...

Depois de todas as explicações dadas sobre a profissão:
- Ah, legal.

Fim de assunto.

[Situação 3] Discussão durante um protesto na Paulista:
- ABAIXO O PREÇO DO ÔNIBUS! ABAIXO O PREÇO DO ÔNIBUS! ABAIXO O PREÇO DO ÔNIBUS!
- Nossa, adorei a sua placa e seu nariz de palhaço.
- Ah, valeu! Por que você não ta protestando?
- Por que eu não pego ônibus, só metrô.
- Ah.

Sempre tem alguém que não dá a mínima pra protestos e só está de passagem.

Se alguém tiver alguma ideia de situações em que acontece a falta de assunto manda pro twitter do blog: @pensaestante ou mandem email com sugestões de posts para o blog! O email é esse aqui:
pensamentosdeestante@hotmail.com

Boa semana!

- Gina

segunda-feira, 14 de março de 2011

Desafinado.

Killing with kindness:
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"Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita, mas tua beleza também pode se enganar

Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão

Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração"

Tom Jobim.
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Amem!

por João.

domingo, 13 de março de 2011

Uma Súplica a Mater

É dura e aguda a dor...
A dor do fracasso...
A dor da insatisfação...
A dor de nunca poder acordar sem saber do fim...
Só saber que ao fim... não irei querer que acabe...
Perder tudo... ou... nada.

Pensar em não te perder,
Não é uma idéia,
É um fato.
Em meio aos fatos da vida
Vamos todos como marionetes
Deixando que todos nos levem
E falhando ao deixar de lado o mais importante
E essencial da vida: O amor...

Não qualquer amor,
Mas o amor que só uma pessoa pode dar
A mesma pessoa que você troca
Por um amigo na hora de um segredo,
Por uma paixão...
Ou por simples “VERGONHA”
Por mostrar ligação a quem mais ora por ti...

Por isso mãe...
Não me tragas mais flores
E muito menos presentes.
Não me faças agrado algum...
Pois é nessas horas que eu lembro do que fiz,
Do que não fiz e do que não farei...
Lembro do que eu era...
Lembro do que eu sou...
E do que perdendo meu tempo,
SEREI...



Recado especial para o joão: Meu amigo, certas adversidades me impediram de seguir a minha jornada rumo a sua casa (haha). Não me odeie. Não se pode odiar alguem que tanto te ama. Te amo joão...
Sinto muito

sábado, 12 de março de 2011

Quero a vida sempre assim

Podem me chamar de louca, mas eu acho que eu descobri o que é felicidade. E imagino que ela esteja escondida em algum lugar no Rio. Sim, no Rio. Vão me tachar de ridícula, se levarem em conta que eu nunca estive lá. Eu sei, eu sei, soa ridículo. Mas, por alguma razão que eu desconheço, quando escuto “Corcovado”, do Tom Jobim, por um breve momento, eu sei exatamente o que é felicidade e onde ela está. A maior responsável por isso, sem dúvida, é a melodia. O ritmo, a batida, etc. Eu sinto tudo aquilo com uma intensidade gritante. Tanto que nem consigo colocar em palavras. Mas a letra existe e é inevitável associar aquela sensação com “da janela vê-se o Corcovado e o Redentor, que lindo”.

E, porra, - tava demorando pra ela aparecer – a letra inteira é encantadora. Desde aquele comecinho melancólico, com a voz perfeita - e o sotaque engraçado - da Marisa Monte cantando em inglês “Quiet nights of quiet stars, quiet chords from my guitar...” Porra, acordes mudos no violão. Noite calada, estrelas silenciosas. Ela tenta descrever a melancolia de uma noite entediante. E consegue, mas não tem nenhuma tristeza nessa melancolia, pois é impossível haver qualquer tristeza. Ela é bela, infinitamente bela. Exatamente porque se vê o Corcovado e o Redentor da janela, oh how lovely. E porque tem alguém, aquele alguém. E, porra, quem consegue ficar sem derreter quando escuta “quero a vida sempre assim, com você perto de mim, até o apagar da velha chama”? Quem, quem?! E como palavras tão simples podem tocar tão fundo? “E eu que era triste, descrente desse mundo, ao encontrar você eu descobri o que é felicidade, meu amor.” Diz tudo, precisa falar mais alguma coisa?

Mas chega desse falatório sem pé nem cabeça. A pergunta que fica é “então o que é preciso para ser feliz, porra?” É claro que vai variar de pessoa pra pessoa, mas vou listar os itens necessários e indispensáveis para se alcançar a tão desejada felicidade:

-Uma casa simples (mas aconchegante) em algum lugar no Rio, que dê para ver da janela um cantinho de céu e o Redentor;

-Uma pessoa pra quem você cantaria “quero a vida sempre assim, com você perto de mim”;

-Um cachorro (se você consegue ser feliz sem um, você deve ser um assassino frio e sanguinário – ou uma pessoa insuportável de tão chata.);

Tá vendo? Simples assim. Isso prova que a felicidade não tem nada a ver com mansões, carros de luxo, rios de dinheiro, carreiras promissoras, fama ou imortalidade. O básico pra ser feliz tá listado aí. O resto a gente dá um jeito.

E, se felicidade não é isso, eu não sei o que é.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Auto da Lusitânia, de Gil Vicente

Ninguém: Que andas tu aí buscando?

Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
                           delas não posso achar,
                           porém ando porfiando
                           por quão bom é porfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
                           e meu tempo todo inteiro
                           sempre é buscar dinheiro
                           e sempre nisto me fundo.

Ninguém: Eu hei nome Ninguém,
                 e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência:
                Dinato, escreve isto bem.

Dinato: Que escreverei, companheiro?

Belzebu: Que Ninguém busca consciência.
                e Todo o Mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
                 que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude:
                escreve logo aí, a fundo,
                que busca honra Todo o Mundo
                e Ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro mor bem qu'esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
                           tudo quanto eu fizesse.

Ninguém: E eu quem me repreendesse
                 em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.

Dinato: Que tens sabido?

Belzebu: Que quer em extremo grado
                Todo o Mundo ser louvado,
                e Ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?

Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê.

Ninguém: A vida não sei que é,
                a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.

Dinato: Que sorte?

Belzebu: Muito garrida:
               Todo o Mundo busca a vida
               e Ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso,
                          sem mo Ninguém estorvar.

Ninguém: E eu ponho-me a pagar
                quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.

Dinato: Que escreverei?

Belzebu: Escreve
               que Todo o Mundo quer paraíso
               e Ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar,
                          e mentir nasceu comigo.

Ninguém: Eu sempre verdade digo
                 sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre,
                não sejas tu preguiçoso.

Dinato: Quê?

Belzebu: Que Todo o Mundo é mentiroso,
                E Ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?

Todo o Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.

Dinato: Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aí mui declarado,
                não te fique no tinteiro:
                Todo o Mundo é lisonjeiro,
                e Ninguém desenganado.

M.L.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Boracéia


Terra onde as casas não possuem moradores;
Terra onde as plantas teimam em crescer e são pisoteadas;
Terra em que as chuvas embebedam as estradas de terra;
Terra onde as marés não cobrem os tornozelos e as pedras são castigadas pelos fortes ventos;
Terra onde o sol esconde-se, para dormir, aconchegado pelas nuvens o dia todo;
Terra onde as estrelas sempre dormem e a lua, curiosa, procura os amantes da noite que sussurram em seus ouvidos doçuras de amor;
Terra onde cinco dias não bastam para sentir o aroma dos corpos;
Cinco dias que sinto a respiração quente em minha nuca;
Cinco dias em que nos respeitamos;
Cinco dias em que nos descobrimos;
Cinco dias em que aprendemos;
Cinco dias em que vivemos;
Meu amor.

quarta-feira, 9 de março de 2011

A-la-la-ôôô, mas que fedooooor!

O feriado termina hoje. Tem manolo que vai emendar a semana inteira, mas o oficial é que o ano começa amanhã. Meus pêsames.

Mesmo que esses dias de ócio e beberagem sejam ótimos, recebemos, em compensação, doses bárbaras de babaquice pela televisão. Aliás, não é só durante o carnaval que a produção de lixo catódico aumenta, mas em todo o verão brasileiro: é especial do Roberto Carlos, novos pilotos de séries e (acuda!) Big Brother Brasil. O carnaval é só o finzinho da orgia, quando a AmBev e a Globo fecham a conta e vão calcular quantos trilhões ganharam. Só depois da quarta-feira de cinzas é que a Faixa de Gaza e a reforma agrária podem entrar de novo na pauta do Jornal Hoje.

E, durante essa semaninha, houve o desbunde dos desvarios televisivos. Cada cor, cada bunda, cada bordão, cada bicha enrustida (= ator de novela) que surgia escoava para dentro da nossa mente e formava uma fossa preta borbulhante e demoníaca repleta de crocs e crianças-prodígio do Faustão. Ninguém percebe, mas tanto conhecimento e calçados de bom-gosto são indispensáveis no ritual de acasalamento que ocorre no trio elétrico, onde esses elementos em conjunto com as vogais repetidas tantas vezes pelos poetas do axé exterminam as sinapses dos neurônios e você não precisa falar nada nem ouvir nada para pegar a potranca mais próxima. Se não fossem essas bobagens, esses novos talentos, essas cópulas bêbadas com falta de aprofundamento filosófico, como seria possível a cultura brasileira? Se não fosse a miséria mental do agogô (o tum-tum ele adorou), como ficaria a nossa hospitalidade tão disseminada mundo afora? Se não fosse a falta de procura por um aprofundamento filosófico do nosso povo, (presta atenção agora, mané com corrente de prata) onde ficaria essa alegria brasileira, que na verdade não é nossa, mas é da televisão e queimada na nossa pele somente porque dá dinheiro? Quero ver pular Ivete Sangalo numa casa de pau-a-pique e um prato de garapa te esperando pro jantar.

Eu sei que é problema demais, que feriado não é pra pensar nessas coisas, mas não se preocupa: os comerciais de margarina tem conseguido, de forma perspicaz, nos fazer esquecer das crianças da Malásia escravizadas pela Nike.

Por hoje é só. Agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar. Beijos, me retweeta.

Obs.: eu sempre peço pra vocês me retweetarem, mas nunca passo o link do meu twitter. Então, se você quiser reclamar, tá com o coração aflito ou quiser me emprestar dinheiro, vem aqui ó.

terça-feira, 8 de março de 2011

Os diferentes tipos de amor.

Vou aproveitar duas datas importantes pra mim nessa semana pra falar dos diferentes tipos de amor.

Dia 06/03, a primeira data, foi o dia no qual meu namorado me pediu em namoro. Meu Ulisses... Nós passamos o feriado juntos e assim ficaremos até amanhã, pois quinta ele volta ao batente. Estamos há um ano juntos. Nós brigamos tantas vezes, fizemos as pazes, aprendi tantas coisas... Ele é meu querido, minha paxão, meu amor. Sem ele, não sou.
Dia 09/03, amanhã, nosso blogueiro João fará aniversário. Nos conhecemos no terceiro ano e somos amigos desde então. São dois anos de muitas conversas e momentos bons e ruins compartilhados.

Essa pequena introdução me serve como ajuda para mostrar-lhes minha visão dos diferentes tipos de amor. Ouvi falar sobre isso quando era pequena e tinha ciúmes do namorado da minha mãe (que se casou com ela e me criou como uma filha). Ela me explicou que o amor que sentia por mim era diferente do que sentia por ele.  Muito tempo depois eu entendi.

Eu ainda não sei explicar o que é amor. Não sei definir o que sinto pelo João e pelo Ulisses. É amplo, pleno e confortante. Também traz desconforto com as saudades e as tensões que fortalecem tão belo sentimento. Um professor citou um filósofo grego e aqui farei minha adaptação:

Se me perguntarem o que é amor, eu não sei. Se não me perguntarem, eu sei.

Esse texto é dedicado a dois grandes homens.

ps: te amo meu amor!

- Gina

segunda-feira, 7 de março de 2011

Deus, sua imagem e semelhança.

Você acredita em Deus?




Ao responder essa pergunta algumas pessoas se enganam quanto a essência que esta pergunta tem.
Conheço uma pessoa que diz não acreditar em Deus. Sempre quis saber como mudar essa idéia dele. Não que seja errado pensar isso...

A diferença que esse meu amigo não percebe, que eu não percebia e que alguns ainda não percebem é que Deus é uma coisa e as Escrituras são outras.

Ao perguntar se você acredita em Deus, quero saber se quando você está sob as estrelas, quando você está em frente ao mar, quando você está frente a uma paisagem maravilhosa, quando você anda na praia, quando você reencontra alguém que gosta tanto, quanto você sente um pontinho de felicidade, que, de repente, torna todo mundo a sua volta bonito, você não sente a existência de um Deus. Acho dificil você dizer não. Nem que esse Deus tenha o nome que você quiser: Jesus, Alá, Buda, Ciência, Destino, Acaso etc.

Uns acreditam num Deus dos milagres, outros num Deus que originou a Vida, e outros (juro!) num que já morreu: "Deus está morto: mas, considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas em que se mostrará a Sua sombra." Nietzsche.

Eu acredito no homem, como se nós fossemos um Deus, donos dos nossos destinos, como se o céu fosse aqui.

Quem criou tudo? Desde quando existe Vida? São perguntas que por ora não sabemos responder, apenas porque não conseguimos aceitar a idéia de que não precisa existir um Início; não conseguimos não pensar em Tempo nem Espaço. E ainda, nós insistimos em ter a certeza que existimos.

Sempre é muito difícil falar de fé. Religião ainda se confunde com religiosidade. E cada vez mais aparecem "ditadores da Verdade". Pessoas que falam em nome de Deus, e dizem o que é Certo e o que é Errado. E o resto das pessoas insistem em acatá-los. "E o homem, em seu orgulho, criou Deus, a sua imagem e semelhança." Pelo inesgotável Nietzsche.

"Seria insuportável viver eternamente".

Talvez nossa crença em que existe uma vida após a morte seja uma espécie de refúgio para suportarmos a ausência - para sempre - do ente querido. Mas simplesmente, anulamos essa hipótese. Ué, podemos ser apenas sinapses nervosas... Afinal, o homem tem a tendência a se valorizar: somos os animais mais evoluidos e todo o universo gira em torno da humanidade! Deus vive para nós! Será?

Não tente achar uma resposta fechada para essas perguntas. Eu não tenho certeza de nada. Apenas não deixem de questionar. Duvidem do óbvio.

A vida é muito rápida para descobrimo-la.

Portanto, nos resta uma última pergunta: "Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?" Novamente, pelo Nietzsche.
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Amem! Mais do que nunca: amem. E além disso, descubram o poder do amor!

por: João.