Não conheço uma pessoa que, na prática, considere segunda-feira o segundo dia da semana. Esse é, definitivamente, o primeiro dia. Por que senão, Deus, para os cristãos, descansou logo no primeiro dia. Afinal, domingo - o dia do tal descanso - vem primeiro.
Segunda é o primeiro dia da iniciação dos regimes, dos trabalhos, das voltas às academias e de todos os outros sacrificios e salamaleques falsos. Talvez seja essa a explicação mais convincente de esse dia ser tão repugnante.
Se levassemos ao pé da letra a etimologia dessa palavra- segunda -, o dia tão odiado pelos mortais assalariados seria, então, o domingo! Portanto, segunda-feira está levando a fama do pior dia da semana há milênios por pura ignorância nossa.
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09 de março de 1992, Segunda-feira, para reforçar meu texto, foi meu primeiro dia de vida! A partir de então vim à Luz e me deparei com esse mundo que é habitado por pessoas que seguem regras veladas e incoerentes. Essa história de segunda-feira ser o primeiro dia da semana é um exemplo.
Para ilustrar pitorescamente, vi uma mulher que fumou até a ultima tragada o seu cigarro e entrou na farmácia para comprar um remédio para melhorar sua saúde, deduzi. Fiquei pensando como aquela mulher foi incoerente. Ela quer ou nao quer zelar pela sua saúde?
Escrevendo, agora, sobre esse povo mundano que não tem muita consciência de suas atitudes, lembrei de duas coisas. Uma, num livro do Zeca Baleiro, "esse povo que sabe qual é a última moda mas não sabe qual foi a primeira". E outra, de um amigo que jogou comigo ano passado, "a gente não tem domínio nem das nossas próprias atitudes, afinal, fazemos coisas que nem sabemos porque estamos fazendo".
E por fim, de Mário Quintana:
"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."
As coisas são do jeito que fazemos elas serem.
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Quem diria que um nome mal empregado - segunda-feira - daria tanto assunto pruma filosofia barata...
AMÉM.
Até segunda.
por João Demarchi
