segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Compartilhar.

Tão poucas coisas são tão saborosas quanto compartilhar! Compartilhar o saber, o pão, a fofoca, os momentos, o dinheiro, a felicidade; em suma, a vida.

Desconfio que vivemos para compartilhar. Se não, compartilhamos para viver.

Minha mãe tinha um amigo, da época de volei, que só beijava as meninas se elas aceitassem em, depois, contar a todo mundo, do beijo. Caso a menina não concordasse ele nem a pegava. Dizia que o barato estava em contar pros amigos. Compartilhar o acontecido. Claro que é uma piada. Mas representa um pouco o que lhes digo.

O meu grande respeito ao professores se deve ao fato de eles estudarem uma vida toda para dividir, com seus alunos, todo o conhecimento aprendido. Não são só professores, mas também os poetas, escritores, pais, amigos; em geral, pessoas que se dispõem a transmitir, seja por qualquer arte, o que aprendeu. E, talvez, o grande sabor de saber seja ver outras pessoas sabendo por você. Será que vem daí o deleite da fofoca?

Além dessa compartilhação idealizada - a que vem apenas para bem, prum mundo melhor - existem as que utilizamos para nos autopromovermos e/ou para denegrir outrem.

É exatamente esta ultima que esta na moda e que me fascina - também por estar na moda. Por eu querer sempre entender os outros, dispenso grande atenção para as pessoas que compartilham os acontecimentos de sua vida particular, para se autopromover; e para as pessoas que fofocam ou compartilham gratuitamente as opiniões baratas, afim de menosprezar um conhecido.

A gratuidade e a mesquinhes com que são compartilhadas esses "saberes" me faz perceber que, por dentro, somos exatamente assim: baratos e mesquinhos.

O mundo caminha para os 9 bilhões de habitantes. Está perto: em 2045, daqui a 34 anos. Com essa população, o planeta não tem recurso para manter todos alimentados. Falam de sustentabilização, reciclagem etc. Eu acredito que poderia haver uma reciclagem de habitantes. Que voltem os dinossauros! Nós, diferentes desses, seremos extintos por nós mesmos: seremos os assassinos e os assassinados. Mas, agora, minha discussão é para aprendermos a compartilhar o conhecimento bom - aquele que faz as pessoas serem melhores. Penso no agora. Porque senão daqui a 34 anos não saberemos compartilhar o pão. Saberemos, sim, escrever em poucas letras que comemos muito! enquanto tinha comida, e que comemos mais do que o vizinho. E não adiantará mais nada compartilhar esse fato, porque já estará consumado.

Uma coisa leva a outra, deu pra entender? Compartilhe essa ideia.

AMEM.

por João.

3 comentários:

  1. Compartilharei essas ideias com meu amigo, quando bipá-lo mais tarde.
    Acho essencial esse seu texto e o fato de podermos compartilhar o que desejamos com outras pessoas.
    Estou compartilhando meus pensamentos com vc, agora xD.
    Um beijo, John.
    Manu

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  2. Acho que esquecemos de compartilhar as coisas na correria de nossas vidas. E é tão bom...
    Logo logo vou compartilhar minha saudade em forma de abraços na nossa reunião desse ano. Dezembro está logo ali!

    Saudades meu amigo! Beijinhos

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  3. Que texto bom, João.
    Gostoso de ler, me senti feliz em ler alguém que fala sobre algo em que eu penso, mas que não compartilho: como é bom compartilhar.
    Acho que depois desse texto, encararei esta palavra por um outro ângulo.
    Quero compartilhar, então, a alegria que me trouxe este texto nessa quarta-feira cheia de números e cálculos (tenho prova de física amanhã).
    Obrigado, João,
    Obrigado.

    PS: Não parem de escrever aqui, vocês tornam meus dias mais ensolarados.

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