quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As Janelas

Olhou pela primeira vez e não estava lá. Os segundos amanheciam uns após os outros e assim dias se passaram. Seu olhar não entardecia. As janelas, compadecidas, sussurravam-lhe baixinho:

Menina dos olhos
Vá se deitar...
Logo amanhece, querida
Vá repousar!

Mas ela não cedia. Ainda que viesse a noite, o dia, os olhos que transpareciam tamanha tristeza permaneciam, insistentes. Anos se passaram. Quando ela se foi, as janelas de sua rua guardaram-lhe o olhar. Aquele, que espera ainda triste pelos olhos das janelas.

- Gina

Um comentário: