Eu tinha programado falar das nossas unhas. O texto estava todo na minha cabeça. Mas ficará para a próxima segunda. Ou para a próxima da próxima, porque a próxima mesmo será sobre os carros alegóricos, aproveitando o embalo carnavalesco. Não quero me comprometer com essas promessas, mas pretendo escrever sobre esses dois assuntos nas próximas segundas-feiras.
Não fosse a vontade de tornar o texto pessoal, o parágrafo anterior (e esse mesmo) é irrelevante (essa é uma palavra que me causa reflexão, não pelo seu significado, porque eu sei muito bem o que significa, mas porque as pessoas insistem em falar "relevante" quando querem dizer "irrelevante" e vice-versa, então vai uma dica: relevante = que tem importância. Mas isso é papo para outro artigo.)
Tenho lido muito sobre os meios de comunicação. Não que eu busque tal assunto, mas eles me veem ao acaso, tanto que resolvi escrever sobre isto.
Eu não vivi outras vidas (se vivi, não lembro), mas este século tem sido de muita comunicação. Tantas pessoas querendo falar conosco: físicas e jurídicas. Via "outdoor", telefone, internet, olho por olho, dente por dente (perdão pelo trocadilho)... São extasiantes os meios e as formas. Existem subgrupos dos subgrupos dos grupos. Por exemplo: no Facebook existem mensagens privativas e públicas. E tem até a "cutucada". O ser humano, em geral, tende a escolher o caminho mais fácil. O que me faz ver várias pessoas "curtindo" fotos e comentários.
Twitter, Orkut, Formspring, Facebook etc. É a prova de que a vida tem ficado mais prática, mais fast. "Se você me disser que esses meios lhe permitem manter contato com pessoas distantes. Eu lhes digo que o e-mail e o Skype também cumprem esse papel, com a vantagem adicional de não obrigar ninguém a estabelecer uma interface com a mente de Mark Zuckerberg (criador do Facebook) - mas sabe como é, fazer o quê. Todos nós sabemos como é. Se alguém realmente quisesse escrever para essas pessoas distantes, ou ir visitá-las, simplesmente escreveria ou iria visitar. O que queremos na verdade é realizar apenas o mínimo dos mínimos, como qualquer estudante de 19 anos que preferisse fazer outra coisa, ou não fazer nada", diz Zadie Smith.
Minha crítica parece estar desvirtuando, afinal, comecei dizendo que é extasiante esta era. E realmente é. Outro dia, meu amigo não foi convidado para ir a um aniversário porque não conseguiu ser contatado. É claro que é mentira, essa historinha não cola mais hoje em dia. Conseguimos saber onde todos estão, onde todos estiveram. O que é até um problema, para alguns.
Eu fico imaginando como deve ser para uma pessoa reservada, que seja um mistério para o mundo, e principalmente para si mesma. Não há dúvida que a ideia de pessoa está mudando, e talvez já tenha mudado. Sugiro que você observe, com uma certa distância, sua interface: de repente, não começa ficar meio ridículo que sua vida esteja nesse formato?
Marion Minerbo define assim: "A sociedade do espetáculo oferece novas formas de testar limites criando ‘ritos de passagens’ que estamos começando a conhecer. A autoexposição adolescente nos deixa perplexos porque a transgressão, que sempre foi feita às escondidas, se tornou espetacular." E ainda: "Tudo vai virando espetáculo. Paradoxalmente, até a intimidade." Sem contar dos álbuns: "Se não tiver foto, não aconteceu".
Eu admiro esses meios como forma de comunicação. É o jeito que pequenas bandas, empresas, artistas, escritores etc. encontraram para se mostrar ao mundo. Isso é louvável. Mas o problema é o valor que damos à nossa interface.
Como tudo que vicia: foi fácil entrar, mas algum dias destes vou me excluir.
Por outro ângulo, eu vejo que esses "meios rápidos de comunicação" valorizam as então caducas cartas, telegramas, telefonemas, visitas e e-mails (já?). Essas são como a fermentação do vinho, quanto mais o tempo passa, mais saboroso ele fica. As pessoas que recebem algum recado por esses últimos meios sentem-se presenteadas apenas pela forma, quiçá pelo conteúdo. No Natal, fiz questão de proporcionar uma certa alegria para uns amigos. E eles ficaram felizes só por receberem a carta pelo correio. Não é engraçado?
_
"Talvez nossas vidas fiquem parecidas com o Facebook: falsamente alegre e amistosa, voltada para a autopromoção e engenhosamente dissimulada."Viva a intimidade! Salve o "olho por olho, dente por dente"! Salve nossos defeitos!
Desconecte-se. Menos do nosso blog.
Blog: êta forma boa de comunicação!
AMEM.
por João.
- revisado por Tom Simões.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Onde deixei o tempo que ainda tinha?
Verdades que passaram e não vieram a tona... Mentiras que surgiram e que ninguém jamais saberá de onde vieram... Dúvidas que provocaram morte... ciúmes...raiva...angústia...medo...alegria. Quem sabe?
“O tempo escorre por entre os dedos da mão” e não é fugindo dele que os homens conseguem sobreviver. É aceitando não o tempo, mas aceitando o fato de que ele passa e de nós nada restará se não lembranças vagas e distantes de outras primaveras, verões, outonos e invernos. Quanto tempo nós achamos que pessoas sentirão nossa falta... Depois que o dia nasce deixando a noite para trás, NINGUÉM MAIS FAZ FALTA!
Onde deixei o tempo que ainda tinha... junto a mim em uma cova rasa?
Pensamentos em desordem...desabafo
Matheus Pereira
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Comédia romântica
Senta aqui, por que você está tão pálido? Não muda de assunto, não desvia. Onde eu parei? Ah, sim, eu falava sobre as comédias românticas. Odeio o modo como elas são previsíveis. Chega a ser patético. Mas não vou mentir: eu gosto. Já vi uma porção delas. Não sei explicar exatamente o porquê, talvez seja para me distrair da vida real entediante, mesmo que por duas horas. Mas não boceja, porra. O que eu quero dizer é que as personagens principais desses filmes são, no começo, sozinhas e infelizes. Quando menos esperam, conhecem alguém especial, passam por situações divertidas e inusitadas, se apaixonam, vivem um intenso amor, quase deixam tudo desmoronar, vêem suas vidas mudarem completamente e, por fim, resolvem tudo e vivem felizes para sempre ao lado de seu verdadeiro amor. E você é exatamente como essas personagens, tirando a parte que conhece alguém especial, passa por situações divertidas e inusitadas, se apaixona, vive um intenso amor, quase deixa tudo desmoronar, vê sua vida mudar completamente e, por fim, resolve tudo e vive feliz para sempre ao lado de seu verdadeiro amor. Nossa, você tá muito pálido. Não desvia do assunto, porra! Onde eu estava? Ah, sim. Eu sei que a vida real nunca será minimamente parecida com as comédias românticas. E eu sei o que você está pensando. O que você sempre me diz. Que esse gênero cinematográfico é tão fantasioso quanto terror ou ficção científica. Eu sei de tudo isso, não me olha assim. Mas eu também sei o que você precisa. Você precisa de alguém que te faça ficar muito feliz ou muito triste por qualquer coisinha. Alguém que não sai da sua cabeça, não sai de jeito nenhum, não importa o que você faça. E você dorme pensando nela, e acorda pensando nela, e pensa porra sai da minha cabeça, para de mexer assim comigo, minha vida antes era muito mais fácil, logo eu, que tanto cuidei minha paz. Mas eu responderia exatamente as mesmas palavras daquela música que eu amo tanto do Toquinho, você tinha era manias demais, mas aí o amor chegou, desabou a sua paz, despediu seu desamor pra nunca mais. Pra nunca mais, ouviu? Então não me olha assim, que você precisa de uma complicaçãozinha, eu sei que você precisa. Você precisa precisar daquele sorriso, e daquele cafuné, e daqueles pés que esquentam os seus, e dos lençóis embaraçados nas pernas que você nunca sabe se são suas ou dela. E você gosta do embaraço e quando percebe isso só embaraça mais. Então me fala, me fala que quer isso! Que aí eu vou tomar sorvete com você, e correr com você na chuva, e fazer você sorrir quando ouve minha voz através do telefone. Me fala que quer isso, que eu deixo você me abraçar e beijar meu pescoço e explorar meu corpo e chorar e dormir no meu ombro. Eu deixo você dedicar seus poemas pra mim, eu deixo você cheirar meu travesseiro pra sentir meu perfume enquanto eu vou no banheiro, eu deixo você me trazer café na cama, eu deixo você discutir comigo por ciúmes bobos, eu deixo você me enviar flores sem data especial, eu deixo você me observar enquanto eu estou dormindo. Então me fala que quer, eu preciso ouvir. Que aí a gente vai comer brigadeiro de colher no domingo, vai chegar atrasado na sessão do cinema porque a gente perdeu a hora fazendo amor, vai queimar a pipoca e discutir pra ver quem vai levantar pra apagar a luz. Fala o que eu quero ouvir, aí a gente ignora o despertador e faz hora pra levantar, e aí a gente nem arruma a cama, e enche a geladeira de congelados e comida pronta. E eu rio do seu pijama, e te beijo no meio da sua frase, e adormeço escutando seu coração bater. Tá rindo por quê? Olha pra mim e me fala que não quer isso. Fala, fala. Você não está mais tão pálido, amor.
Mas não muda de assunto, porra!
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Se eu morresse amanhã...
Se eu morresse amanhã
Pularia de uma cachoeira
Dançaria na chuva
E no Circo de Soleil
Se eu morresse amanhã...
Correrria o mais rápido com meu cachorro
Conversaria com um pato
Iria ao Central Park
E ensinaria a uma criança as pedaladas da liberdade
Se eu morresse amanhã...
Faria uma tatuagem
Abraçaria um elefante
Deitaria na grama e leria ao mundo
Se eu morresse amanhã...
Cantaria para a Lua
Aprenderia a nadar
Veria o Grand Canyon
Se eu morresse amanhã...
Saltaria de pára-quedas com os amigos
Contemplaria o pôr-do-sol
Sentaria no chão
Se eu morresse amanhã...
Encenaria Shakespeare
Visitaria Harvard
E viveria o infinito
Se eu morresse amanhã...
E o amanhã é mais um último dia.
M.L.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Bala de Festim
A violência é praticada a partir de atos impensáveis do ser humano. Não importa o quanto planejado tenha sido o enterro de certa pessoa por outra; A que praticou a ação deixou de usar sua consciência e começou a viver de seus medos, porque atos de violência vêm diretamente da incompreensão e do medo de cada um.
Já devíamos ter nos acostumado a viver com essa idéia de violência, abominável pensamento tanto quanto verdadeiro, pois existe há muito tempo e se até hoje não foi concertado, não será o amanhã que vai mudar. Já nascemos com o dom desta arte e morreremos com ela. Precisamos desta para compreender o mundo e as pessoas.
Nossos campos de batalha sem árbitros e sem regras. Suas ações errôneas que para tais pessoas estão mais que certas, enterram discípulos de Deus e da imaginação. Não é das pessoas que devemos ter pena, mas dos objetos culpados por nós de nos matarmos. Medíocre comparação, mas correta por sermos esta tal palavra que achamos tão insignificante em nosso dicionário popular.
Quanto mais andamos, mais bifurcações aparecem para nos manter questionando sobre tais atos da nossa vida. Estas estradas que nunca vão encontrar-se novamente e vão nos distanciar mais e mais do que é certo ou errado. Nossa evolução que está nos levando à violência. A conquista de territórios, o fato de mostrar quem é mais forte do que o outro, as guerras constantes para acabar com o medo que existe dos dois lados.
Você acha que entende o que é violência? Como a própria violência, este texto também é incompreensível. Palavras espalhadas, confusões de pensamentos. Não há uma idéia concreta a ser aceita e direcionada às pessoas. O que posso escrever pode ser negado para a salvação de uns, ou aceito como uma bala de festim no coração de outros. Viu?! Agora sou seu assassino por matar suas esperanças de paz e deixar em você o medo. É assim que a doença se espalha pelo mundo.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
O homem-que-liga-no-dia-seguinte
Pode dizer que sou antiquado, que minha espécie é ultrapassada, mas eu gosto deles. Eu gosto dos caras que depois do sexo e de uma noite bem dormida longe de você te ligam no dia seguinte. Sim, é pegajoso, é meloso, mas é bonito, e beleza é o que eu mais tento ter em minha vida.
Mas, pra minha tristeza (TODOS CHORA), o homem-que-liga-no-dia-seguinte está se extinguindo. Não porque eles interromperam a sua principal atividade, mas porque evoluíram de fase e tem usado outros meios de comunicação e, assim, eles se tornaram o homem-que-tweeta-no-dia-seguinte ou o homem-que-manda-SMS-no-dia-seguinte ou (esse é um tipinho grotesco, mas dá pra aguentar) o homem-que-muda-o-status-de-facebook-no-dia-seguinte. Aparentemente, esses homens não vêem a poesia que é acordar você com o som do telefone tocando e fazer com que a segunda coisa que ouça no dia seja a voz deles.
Mas, olha, não fica alvoroçado(a) nem choraminga achando que o romantismo acabou: nem todos os homens foram contaminados por suplementos vitamínicos e psy trance. O que tenho tentado fazer é aceitar o século 21 e suas mutações escabrosas; ou seja, os cavaleiros medievais apaixonados e os galãs de novelas de rádio apenas se tornaram jovens que, ao invés de levar seu guri (ou peguete, ou amante, ou qualquer outra coisa) para o restaurante com uma carta de vinhos divina, a leva para o pé-sujo mais próximo e comenta sobre o último meme da parada. É provável que esse jovem faça tudo aquilo que eu disse, como tweetar e mandar SMS, mas não tem problema: é a vida moderna. E a gente é forte e nasceu pra lutar.
Pode ser que você ache o homem-que-liga-no-dia-seguinte pedante, chiclete e acabe não gostando dele (talvez por ter sido o caso de uma noite), mas veja que legal: ele se importou com você. Perguntou, ao telefone, como você está, o que comeu de café-da-manhã e em que ângulo sua costa se inclinou ao espreguiçar. Tem alguns que não foram embora quando saíram pela porta e ficaram dormindo no capacho, mas foi como eu disse: ele se importou com você e isso é bonito demais da conta. Se não curte, deixa esse pra mim e vai procurar o homem-que-foi-comprar-cigarros-e-nunca-mais-voltou, pois até esse tem sua poesia (não é um soneto, mas tá valendo). Mas acredita: chega uma hora que é você que quer ligar.
Por hoje é só. Agora vou pro meu treinamento Jedi. Beijos, me retweeta.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Gordinha... Sim. Sem sapato... Não!
Não me lembro quando na semana passada, mas estava a caminho do metrô quando vi uma mulher se pesando. Ela estava descalça. Achei nojento e depois engraçado.
Quantas mulheres não vão se pesar descalças? Inúmeras! Mas será que elas esquecem que ali passaram vários sapatos? Imagine essa da Praça da Sé: fezes pisadas, xixi de cachorro, dos indigentes, sujeira... Tudo isso ao alcance de seus pés. Não que outros lugares sejam imunes, mas o o centro de São Paulo não é exatamente reconhecido pela limpeza.
Depois de ter achado nojento achei engraçado por que o sapato era uma rasteirinha. Pra que não sabe, rasteirinha é um sapato baixo, de tiras na maioria das vezes. Ou seja, muito leve. O sapato pouca diferença faria no resultado de seu peso na balança. Achei-a um pouco desesperada. Não criticando, tive minhas crises com meu peso. Para quem não tem problemas sérios de saúde, para emagrecer eu tenho a solução: exercícios físicos e boa alimentacão. Devo admitir que nunca tinha pensado no mais simples: ficar descalça.
- Gina
- Gina
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Irenice e Isabela.
Saindo do jogo contra Assis, elas pediram pra tirar foto comigo também:
Eu continuava a observá-las do ônibus. Aquela cena figurada pela humildade da mãe e da filha fazia-me refletir.
As duas tiravam retratos de seus ídolos. Sim, digo "retrato" - expressão antiga - para aludir à máquina delas que era muito antiga.
Aquela máquina dava o direito ao seu proprietário de preocupar-se com a contagem regressiva de "poses", além da preocupação em não queimá o filme, assim, apagaria a prova de que elas estiverem na presença dos ídolos.
A vestimenta das duas e a dita máquina faziam um contraste com a modernidade. Isso tudo me chamava a atenção e me comovia.
Com tantas outras coisas inúteis para se fazer naquela noite de 12 de outubro, a única explicação de elas estarem ali era, de fato, a admiração por aqueles homens. Mas, admirar o que neles? Aquela admiração está ligada à ignorância. Pois tenho certeza que se elas soubessem quem são eles de verdade, teriam ficado em casa vendo TV - e se iludindo com outros ídolos -, fazendo crochê ou escrevendo.
O fato é que eu sei quem são os ídolos delas. E desconfio, portanto, do mesmo modo não saber quem são os meus. Afinal, "meus heróis morrem de overdose".
A moral daquela cena, daquele flash é admirar os fatos e as obras, não as pessoas. A beleza das coisas está em quem vê, por isso nunca nos frustaremos com elas; já os autores... os ídolos são dignos de vaidades, ímpetos e humor, são corromptíveis. São drogados.
Aquele flash nos meus olhos fez-me enxergar esse texto.
_
AMEM!
por João.
Eu continuava a observá-las do ônibus. Aquela cena figurada pela humildade da mãe e da filha fazia-me refletir.
As duas tiravam retratos de seus ídolos. Sim, digo "retrato" - expressão antiga - para aludir à máquina delas que era muito antiga.
Aquela máquina dava o direito ao seu proprietário de preocupar-se com a contagem regressiva de "poses", além da preocupação em não queimá o filme, assim, apagaria a prova de que elas estiverem na presença dos ídolos.
A vestimenta das duas e a dita máquina faziam um contraste com a modernidade. Isso tudo me chamava a atenção e me comovia.
Com tantas outras coisas inúteis para se fazer naquela noite de 12 de outubro, a única explicação de elas estarem ali era, de fato, a admiração por aqueles homens. Mas, admirar o que neles? Aquela admiração está ligada à ignorância. Pois tenho certeza que se elas soubessem quem são eles de verdade, teriam ficado em casa vendo TV - e se iludindo com outros ídolos -, fazendo crochê ou escrevendo.
O fato é que eu sei quem são os ídolos delas. E desconfio, portanto, do mesmo modo não saber quem são os meus. Afinal, "meus heróis morrem de overdose".
A moral daquela cena, daquele flash é admirar os fatos e as obras, não as pessoas. A beleza das coisas está em quem vê, por isso nunca nos frustaremos com elas; já os autores... os ídolos são dignos de vaidades, ímpetos e humor, são corromptíveis. São drogados.
Aquele flash nos meus olhos fez-me enxergar esse texto.
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AMEM!
por João.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Reclamações
Dá licença, que eu tenho muita coisa pra reclamar. Tô aqui e eu vou falar, porque eu quero falar, então dá licença. Ando puta com muita coisa, ultimamente. Minhas olheiras estão enormes porque nessa última semana eu tenho dormido quatro horas por noite. Tô tendo que madrugar, logo eu, a pessoa mais preguiçosa e dorminhoca que eu conheço. Quero reclamar, então me deixa falar. Pra ter uma ideia de como as coisas estão trágicas, durante uma semana inteira jantei miojo. E almocei Doritos (tinha dias que era Rufles) no ônibus, li no ônibus, ouvi música no ônibus, olhei pela janela do ônibus, pensei no ônibus, pensei pensei pensei e dormi no ônibus e fui acordada por um estranho quando cheguei no Jabaquara. E dormi no metrô, e me segurei no metrô, e levei cotovelada no metrô, e esperei doze estações, e pensei no metrô, pensei pensei pensei. E andei no sol, e tomei chuva, e peguei mais ônibus e mais metrô, e vi tudo mudar, e conheci gente, e pensei e até chorei, então deixa eu reclamar, porra, eu quero reclamar. Quero reclamar que tudo é por acaso, e que todas as pessoas que eu conheci, por acaso, me marcaram e me completaram de tal maneira que já não sei viver sem elas. Quero reclamar daquela amiga maravilhosa pra caralho que me fez entender o que é amizade verdadeira e que se sente confortável o bastante do meu lado pra chorar e desabafar horrores de madrugada, mesmo ela sabendo que eu tento e tento e não sei se consigo, mas só quero vê-la bem, quero amenizar todo aquele sofrimento e mostrar a ela que tudo o que passou não importa mais. Quero reclamar daquele amigo, o mais querido, que faz laudos psicológicos de mim e conversa comigo o tempo todo, seja tomando suco de laranja na padaria ou atirando um hambúrguer na minha cara. Quero reclamar que eu o admiro pra caralho, que ele é encantador em tudo que faz, que ele me deixa feliz com qualquer merda, que ele é um pedaço de mim e que é responsável por grande parte da minha mudança. Quero reclamar daqueles muitos que nem conheço há tanto tempo assim, mas que fazem tudo valer a pena numa mesa de bar com cerveja e conversas e gargalhadas. Quero reclamar de todos que me fazem sentir viva, seja sofrendo ou rindo de um trocadilho idiota. Mesmo os que me fizeram chorar, e derreter, deixa eu falar, deixa eu falar. Quero reclamar daquela irmã que me fez entender o que é amor incondicional, e até daquele cunhado idiota que eu já abracei e já xinguei e quero xingar mais, então deixa eu falar. Quero reclamar do acaso, porra, o acaso é tão apaixonante e infinitamente mais bonito e mais arriscado que o destino, porque a vida te dá um milhão de caminhos e você só precisa escolher um, e tudo vai mudar, e tudo vai ser diferente pra sempre. Pode ser a melhor escolha de todas, pode ser a pior escolha de todas, pode ser uma escolha meio termo, só sei que dá medo, eu morro de medo, então deixa eu reclamar. Quero reclamar que as melhores coisas que já aconteceram pra mim e as melhores pessoas que eu poderia conhecer foram por acaso, ao acaso, por acaso e por impulso, então deixa eu falar. E tudo está mudando de novo, e os caminhos, e as escolhas, e eu morro de medo, então deixa eu falar. E a saudade, porra, a saudade! E a expectativa e o friozinho na barriga, e o medo, e os sonhos, deixa eu reclamar! E tudo passa e fica, e não passa, e marca, e fica, e passa, é claro que passa. Tudo é por acaso, já falei? Falei? Falei. Falei, então deixa eu falar. E tudo muda, e passa, não passa, quer dizer, passa, mas marca. Então sai da frente que eu tenho muita coisa pra falar, tenho muita coisa pra viver, eu amo viver e eu quero reclamar, e quero viver e sentir e arriscar e sofrer e amar e chorar e conjugar o verbo amar eu amo tu amas ele ama nós amamos vós amais eles amam. Então dá licença, porra, que eu tenho muita coisa pra reclamar.
Obs: Eu amo Doritos.
Post dedicado ao aniversariante de hoje. Feliz aniversário, TODOS COMEMORA. Porra, eu te amo tanto que doi, já te falei.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Palavras
Lembro que quando era pequena e estava “nas primeiras séries” da escola, um dos meus deveres era procurar palavras em revistas. Às vezes iniciava com uma letra, outras com a mesma sílaba. Eu adorava.
Quando chegava em casa, perguntava aos meus pais quais – daquele monte de pilha de revistas – eu poderia recortar. E nossa jornada começava. Eu, com os meus grandes olhos curiosos, saia correndo em busca das minhas preciosas palavras. Meus pais, ao mesmo tempo em que me observavam, diziam que eu era a única da família que gostava dessa aventura. Tudo para tê-las em meu caderno. Mentira - ou não - ficava feliz.
Continuo buscando-as até hoje. É assim que produzo meus textos, penso e vivo. Embora um amigo já dissesse que eu deveria “escrever logo”.
Talvez reclame dos meus pais, mas ainda gosto quando eles "procuram" comigo...
M.L.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Bengalas de Pedra
A vida humana não passa de um sonho. Todas as atividades que criamos apenas visam satisfazer nossas necessidades, que por sua vez não têm outro objetivo se não prolongar nossa mísera existência. Essa vida que age como uma prisão. Todos nossos sonhos sendo desenhados nas paredes da nossa cela. Presos por longos anos, onde apenas os desenhos fazem sentido e a janela aberta por onde entra um único raio do sol não pode fazer nossa total felicidade.
Esta prisão faz nos concentrarmos a criar um mundo em nós mesmos. Um mundo mais de desejos escuros do que imagens nítidas. As misérias que passam despercebidas, mas que mesmo assim ainda sorrimos para elas pensando que causaram um bem maior a nossa vida. As víboras tão más dilaceram nossos passos nos fazendo desistir de cada desenho.
As pobres crianças que não sabem a razão de seus desejos, logo corrigidos pelos adultos. Mas também os adultos caminham mutáveis e ao acaso por esta terra de ninguém sem saber de onde na verdade vieram e para onde a final vão. As pessoas praticando suas ações monótonas dia após dia sem objetivos determinados. E como as crianças, deixam-se ser governados por biscoitos e doces.
Os mais felizes são aquelas que atiram seus lápis pelas janelas e deixam de desenhar em suas celas, esquecendo completamente dos objetivos do mundo. Ficando apenas nas pontas dos pés com suas mãos dentro de gavetas à procura de doces para comer e logo em seguida estar pronto para pedir mais e mais.
Deixo os sonhos guardados no giz. Apago cada desenho criado pela minha mente. Tampo o último buraco de minha cela. Repouso a cabeça sobre a pedra e deixo a escuridão me cobrir dizendo: O sonho não existe. Não há sonhos. A vida é apenas um sonho.
Flopito.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Sobre American Pie e parquinhos.
Os adolescentes normalmente anseiam pelos 18 anos. Coisas como beber, ter acesso a boates, bares e moteis, dirigir, fumar e ter acesso a pornografia são permitidas. É claro que não há mistério algum nisso, já que a juventude já faz a maioria - senão todas - essas coisas antes de completar a maioridade. A irmã de uma amiga minha contou sobre suas colegas de classe que levaram bebida para a escola. As meninas têm 12 anos. Entre outras coisas, isso me fez refletir sobre crescer.
Quando me refiro a crescer o leitor pode considerar o envelhecimento. O problema é que nem sempre as pessoas conseguem diferenciar o amadurecimento do envelhecimento. Completar 18 anos não significa que enquanto o adolescente dorme a fada da sabedoria irá visitá-lo. A vida não é uma história encantada.
O que ultimamente acontece com frequência é a falta de dissernimento de valores. Algumas pessoas consideram a maioridade um sinal verde para realizar loucuras sonhadas e planejadas durante os últimos anos da puberdade. Muitos desejam viver num eterno American Pie.
A vida não deve ser uma sucessão de responsabilidades e compromissos devidos e próprios para que a sociedade mantenha a ordem. Isso é bobagem! No entanto trepar, ficar chapado e se embebedar a vida toda é igualmente estúpido. Quando eu era mais nova minha mãe não me deixava brincar antes de terminar o dever de casa. Ela não me proibia de ir ao parquinho, ela só me ensinou a separar as coisas.
-Gina
-Gina
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Metalinguística: trivialidade necessária.
Esse tipo de texto é como uma conversa de boteco. Deve ter uma linguagem direta (talvez por isso existam poucas mulheres no ramo), com um pitada de humor e quando puder poética. Parecido com uma conversa entre amigos. Sem muita metafóra e bibliografia. Deve ser empírico.
É quase um passa-tempo. Uma leitura rápida para, a príncipio, o leitor se alienar ao mundo e, ao final, reflete sobre a mensagem que acabou de ler. Parecido com um soco no estômago, ou melhor, no pensamento. Portanto, é algo trivial e necessário.
Nelson Rodrigues foi mandado para Europa como correspondente de um jornal. Ele deveria cobrir a Copa. Num dia que não houve jogos ele não tinha o que escrever e ficou andando pelo quarto de hotel pensando no que poderia dizer. Parado, olhando pela janela, ele viu, lá em baixo, que uma lixeira pegava fogo e pertinho dela uma gaiola com um passarinho batendo asas apavorado. Bingo! Deu crônica! Naquele dia, a manchete da matéria era: "Incêndio ameaça Fauna em Madrid".
A crônica deve ter passarinhos! Muitas pessoas, não satisfeitas com a boa história que acabam de ler, querem saber se aquilo aconteceu mesmo, se é verdade. Isso é o que menos importa. Importa-me "mentiras sinceras", isso sim. Já dizia Nietzsche: "Amo as pessoas que não precisam olhar atrás das estrelas para serem felizes."!
Vejo nesse "subgrupo" da literatura uma certa semelhança com o samba cantado pelo Fundo de Quintal, A Batucada dos Nossos Tantãs:
"Samba, eterno delírio do compositor
Que nasce da alma, sem pele, sem cor
Com simplicidade, não sendo vulgar
Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural
O samba floresce do fundo do nosso quintal".
Neste blog mesmo existem vários tipos de crônicas. Cada pessoa que escreve aqui tem um estilo de "cronicar". Uma cria história, outra descreve algo da vida cotidiana, uma, ainda, transpõem algumas experiência vividas camufladas com uma histórinha ficticía (ou não), outra que fala sobre seus pensamentos e outra, ainda, que se enquandra em tudo/nada.
O que importa é não olharmos muito atrás das estrelas. Observamos apenas como reagimos ao que acabamos de ler. Se for uma emoção gostosa voltaremos a ler tal escritor, senão, não.
Sabendo o que gostamos de ler, aprenderemos a nos conhecer e teremos referência de opiniões. É como se descobrissemos um caminho por onde nos identificamos e, logo, podemos dizer que somos ele. Parafraseando: diga-me o que lês que eu te direis quem tu és.
Duvide do óbvio!
"A literatua sempre foi a salvação do condenados; a literatura, a literatura inspirou e orientou os apaixonados, derrotou o desespero, e talvez possa, nesse caso, salvar o mundo." John Cheever.
AMEM.
por: João.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Mare
Olhos abertos,
Olhos agitados,
Olhos inquietos e atentos...
Da areia fria da praia, que existe em seu coração,
A jovem aguarda ansiosa...
Quando vê ao longe seu marinheiro,
Capitão do barco que desbrava os mares...
Mares dos seus sonhos, desejos e pensamentos ocultos...
Ela queria poder chegar até ele,
Tocar sua alma...
Poder desbravar os seus mares,
E nunca mais retornar a praia...
Ó jovem inocente e tão solitária...
Jamais esquecerá de olhar sempre para o mar,
Esperando ansiosa o desbravador de seus mares,
Domador de seus sentimentos,
Chegar...
Matheus Pereira
ps: peço perdão pela demora, tive problemas com a internet. (uma das partes ruins da tecnologia, ela falha)
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Lua
Se me convidassem para morar na Lua, eu diria que não. Não poderia contemplar sua beleza morando sobre ela. Talvez em sua eterna amiga estrela, mas não nela.
Aqui na Terra, posso olhá-la sentada na areia da praia ou em alguma janela. E ela age sobre mim, assim como sobre a maré do mar. Ela gosta de ser observada e eu de tê-la em meu céu. Ela segue meus passos, ou eu os dela.
A Lua e o Sol foram condenados pelo seu amor. Um vive de dia... o outro a noite. Porém ele a aquece, e ela, quando pode, permanece em seu céu durante uma parte da manhã ou – raramente – durante o dia inteiro. Um não sabe da companhia do outro, mas podem sentir.
Gosto e vivo no mundo da Lua. Ela? Ela vive no meu...
M.L.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Era uma vez...
Ana era uma garota de apenas nove anos. Ela era formidável. Não criava problemas para os pais nem a ninguém, apenas para ela. Um belo dia, como de costume, foi à praça perto da praia, onde costumava brincar com seus amigos. Seus pais recostados sempre nos mesmos bancos lendo seus jornais e fumando, não davam importância a menina.
Ana dava voltas, de bicicleta, sem fim pela ilhota no centro da praça. Até que distraidamente passa por cima de uma pequena pedra e tomba para o lado, caindo e raspando seu joelho no chão. Algumas lágrimas quiseram sair para acalentá-la, porque seus pais nem perceberam o que estava acontecendo. Ela levantou-se, recolheu-se do chão e cambaleando foi até o centro da praça. Ela estava um pouco zonza com a queda, coçou um dos olhos com o peito da mão e olhando para frente percebeu como o fim de tarde estava tão bonito. Seus pés conseguiam transmitir-lhe a úmida terra que sustentava a grande árvore ao seu lado, enraizada como Ana estava agora por ver o gigantesco sol.
Aquele horizonte a fazia pensar. Via as pessoas passarem pela rua e tropeçarem em seus próprios pés. Corriam de lá para cá. Não eram mais crianças para poder andar. O que aguardava em um futuro próximo para ela. Mesmo tão nova ela gostaria de ganhar dinheiro para sustentar suas bonecas. Todos os dias depois da escola ela limpava a casa para poder ganhar da mãe cinco reais para comprar o que quisesse. Gastava sempre em roupas e casas novas parar suas bonecas, nunca pensava no que ela precisava. Mas ela via uma pedra, como a que a fez cair, em sua vida. Nada era fácil, tudo tinha sempre um problema que a machucaria.
Ela não gostaria de crescer para andar rápido como as outras pessoas. Isso a cansaria muito. Não queria ser uma pessoal normal. O normal é um ser fraco, não toca as outras pessoas. Ela queria viajar. Queria ser uma fantasia de Vinicius de Moraes, ou até de Machado de Assis. Não importava o escritor. Ela só queria existir com uma finalidade. Nascer, aprender, ensinar, ser tocada por vários instrumentos de baixos e altos tons. Viver enquanto a cultura a levasse. Ela iria finalmente ser livre. Livre? Mas porque imaginaria esta criança ser livre algum dia, sendo que é controlada pelos compassos e as notas dos lápis e borrachas de seu criador em sua fantasia, ou até pela batuta maestral que a conduz na realidade.
O navio continuava a passar. As nuvens brincavam com a imaginação da garota e as pombas eram as únicas a aplaudir, em seus vôos, a pequena fértil imaginação da vida. Ela via que o tempo não parava e que até as ondas eram controladas por forças que não eram as suas próprias. Por um momento ela chorou. Se as pessoas dessem mais importância a tudo que vêem e sentem. Um garoto passou seus dedos por volta dos olhos de Ana. Ela se assustou, mas não pelos gestos que ele estava fazendo, mas sim por ter sentido as mãos daquele garoto tão lisas que a davam prazer. Desperta do seu devaneio, Ana sorri e novamente com a sua bicicleta continua a girar em torno da pequena praça perseguindo o garoto, mas agora mais lentamente por conta de seu novo machucado.
Tudo estava normal enquanto eles estivessem juntos. A solidão só nos faz pensar.
Flopito.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Eu vou, eu vou, pra Marília agora eu vou.
Moro em Santos há nove anos e dia 28 vou me mudar pra Marília. Acabei de passar em biblioteconomia na Unesp e vou cursar. Adoro ler, mas isso não é, com certeza, o quero fazer da minha vida: não quero etiquetar livros, restaurá-los e nem viver (não é pra fazer o blog de diário, eu sei, mas deixa eu falar) emparedado por estantes.
Não quero fazer biblioteconomia, mas como quero viver um tempo longe dos meus pais, veio a calhar. Faculdade de cinema, que é o que quero fazer, não tem, pois não estudei o bastante: não me enquadrei dentro do caixote que mandaram eu me meter.
Agora vou pra uma cidade longe cinco horas de São Paulo e seis de Curitiba. Vou ficar distante das duas metrópoles pelas quais sou mais apaixonado (vou nem calcular quanto tempo demora pra ir de Marília pra Recife, outro amor de município, porque deve demorar mais de um ano). Ficar longe um pouquinho até das esperanças.
(Não é diário, eu sei, eu sei!)
É o preço que vou pagar por querer morar longe, mas talvez as coisas são saiam tão ruins quanto parece. Vou dar um break das cobranças (vou ter as da faculdade, mas essas não contam) e os olhares paternalistas e vou abrir as pernas para a falta de juízo e as insanidades que uma universidade parece ter. Concordo que é pra ir com calma com isso, mas foda-se: eu não vou com calma.
Por hoje é só. Agora vou fazer ioga. Beijos, me retweeta.
P.S.: talvez você não tenha gostado dos palavrões, mas vou escrever assim neste Bat-Canal. Então, foi como eu disse: foda-se.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Obituário
Maria nasceu em 19/05. Quando bebê caiu do colo do tio Marcel e uma semana depois enfiou um feijão no nariz. Sempre foi sapeca. Já mais crecida, gostava de ouvir o rádio enquanto sua mãe cozinhava. Ficou mocinha aos treze. Deu o primeiro beijo aos 14. Tinha vergonha das pessoas, achava que era mais fácil lidar com comida. Tinha paixão pelos temperos, pelos vegetais... Nasci cozinheira, dizia.
Quando completou 18 anos, começou a trabalhar no restaurante de sua mãe. Aos 20 conheceu seu cliente mais exigente, Arthur. Apaixonaram-se, casaram-se e um ano depois nasceu Lilian. Maria sofreu com a primeira febre e a primeira injeção. Brigou com Arthur por deixar a pequenina assada. Naquele dia, seu marido dormiu no sofá. Alguns anos se passaram e Maria aprendeu a ser mãe. Chorou na apresentação de dia das mães, de dia dos pais, na festa junina, no dia dos avós, no seus aniversários, na formatura de fim de ano... Maria tornou-se mulher. Mulher, mãe e excelente cozinheira.
No jornal uma pequena nota:
Maria da Rosa Morena, 43 anos, cozinheira, filha de Aparecida Amaral Morena e Leandro Honuar da Rosa. Sepultada ontem.
Maria da Rosa Morena é uma personagem fictícia, essa história foi escrita para que eu mostre minha indignação com obituários. Toda a vida de uma pessoa é apagada. A nota esquece de lembrar o desespero de ficar menstruada, do sacrifício de fazer seu primeiro pimentão recheado. O obituário jamais lembraria do tio Marcel, do feijão, da dor de ver a filha chorando com a injeção. E a primeira vez? E aquele dia na praia que ela encontrou uma tia que não via há anos?
A vida é muito bela. É composta de pequenos momentos, grandes vitórias e amargas derrotas. O que são obituários para reduzir a beleza ímpar de uma vida a uma nota de 2 linhas?
- Gina
Quando completou 18 anos, começou a trabalhar no restaurante de sua mãe. Aos 20 conheceu seu cliente mais exigente, Arthur. Apaixonaram-se, casaram-se e um ano depois nasceu Lilian. Maria sofreu com a primeira febre e a primeira injeção. Brigou com Arthur por deixar a pequenina assada. Naquele dia, seu marido dormiu no sofá. Alguns anos se passaram e Maria aprendeu a ser mãe. Chorou na apresentação de dia das mães, de dia dos pais, na festa junina, no dia dos avós, no seus aniversários, na formatura de fim de ano... Maria tornou-se mulher. Mulher, mãe e excelente cozinheira.
No jornal uma pequena nota:
Maria da Rosa Morena, 43 anos, cozinheira, filha de Aparecida Amaral Morena e Leandro Honuar da Rosa. Sepultada ontem.
Maria da Rosa Morena é uma personagem fictícia, essa história foi escrita para que eu mostre minha indignação com obituários. Toda a vida de uma pessoa é apagada. A nota esquece de lembrar o desespero de ficar menstruada, do sacrifício de fazer seu primeiro pimentão recheado. O obituário jamais lembraria do tio Marcel, do feijão, da dor de ver a filha chorando com a injeção. E a primeira vez? E aquele dia na praia que ela encontrou uma tia que não via há anos?
A vida é muito bela. É composta de pequenos momentos, grandes vitórias e amargas derrotas. O que são obituários para reduzir a beleza ímpar de uma vida a uma nota de 2 linhas?
- Gina
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Do banheiro ao fone de ouvido.
Existiu a época que as casas tinham apenas um banheiro e isso agregava a família. Quando tinham uma festa para ir, existia um revezamento na família para usar o único banheiro da casa. Com isso pai, mãe, filhos e filhas se comunicavam para saber quem iria tomar banho primeiro e "não tranca a porta menino", gritava alguém. Claro que surgiam briguinhas, mas o que não derruba, fortalece. A família se unia mais.
Li, há um tempo, o livro Fora de Série que, resumindo, dizia o que O Rappa canta: "detalhes fazem a diferença e é bobagem". Eu não acredito que um bom gestor seja filho unico, é na infância que a pessoa forma sua personalidade. E se desde pequeno o menino aprende a dividir os brinquedos, aprende a ceder para que o irmão não se incomode tanto conosco, quando essa criança se torna adulta, ela conseguirá entender como relações pessoais funcionam. O mesmo vale para aquelas pessoas que dividem o banheiro com o restante da família. É claro que é um perrengue ter que esperar, e as brigas inevitáveis nos consomem o bom-humor. Mas essa pessoa, no futuro, e no presente também, entende melhor os outros seres que dividem o espaço consigo. Isso é uma regra barata, que gera muitas excessões.
Eu sou do tempo que as casa tinham uma Tv só. Era uma disputa no horário nobre. O filho mais velho queria ver um filme inédito que passaria num canal, a mãe queria ver a novela, o filho mais novo opta pelo mesmo que o pai, o jogo num canal diferente. E a família sempre conseguia chegar num consenso. Com isso, aqueles dois moleques no ápice da formação (estamos sempre nos formando) veem que o melhor caminho é conversar e colocar na balança os prós e os contras. Brigas surgem, mas não desagregam nenhuma família. Muito pelo contrário.
Em Santo André, há uns dois anos, houve um assassinato que chegou no Jornal Nacional. O jovem matou a ex-namorada porque ela tinha rompido com o relacionamento. Espetacularismo à parte, a discussão que envolveu as mesas redondas, foi que os jovens de hoje em dia (não gosto desse generalização) não sabem ouvir "não". Na certa, aquele assassino não teve uma família normal. Isso é outro assunto. Só quero abordar o fato da entidade Família ser importante para a formação do ser humano, e como coisas aparentemente trivias, que sercam (ou cercam?) essa tal entidade são importantes.
Lembro de um episódio. Eu e minha mãe passeavamos na rua quando, na outra calçada, um homem falava sozinho. Ficamos um tempão brincando, entre nós, como aquele homem era maluco!
Por esses dias, eu estava sozinho, e vi uma mulher sozinha falando. Eu lembrei daquela cena com minha mãe, e já quis diagnosticar o pinel da mulher, mas foi só ela se virar que pude observar que ela possuía um fone de ouvido cujo fio ia até a cintura onde tinha um celular pendurado. Não quero falar que aquele fone estragou minha brincadeira, mas comecei a pensar como esse objeto tem afastado as pessoas, umas das outras.
No onibus e metro, já pude observar mta pessoas conversando entre si, e cada uma com um fone de ouvido. Como assim? Ela ouvem musica e conversam ao mesmo tempo?
Já me disse alguém: a tecnologia nos aproxima de quem está longe, e nos afasta de quem está perto.
Eu não tenho ipod, mp3 e outros similares justamente porque eles me põem um fim à minha contemplação, além de me atralhar os pensamentos.
É claro que certo artício, o fone de ouvido, melhorou a vida dos seguranças que ficavam parados horas olhando pra onde? Mas ver dois amigos conversando e nos seus pares de ouvidos, dois fones pendurados, é o fim da picada.
A música é vida! O celular é mó adianto. Mas não vulgarizar os dois? "Música de bolso" é espetacular, mas não para ficar entre uma conversa. Celular perdeu sua função: ligar e desligar. Ele agora serve como "tocador de músicas", album de fotografia, agenda telefonica, é computador etc.
Não consigo imaginar uma pessoa bem-sucedida (essa palavra tem conceito, não assimiliem-na com fama) que tenha passado um tempo de sua vida ouvindo música no celular e conversando com um amigo. Isso é o fim do relacionamento. É o fim da contemplação!
AMEM!
por João.
Li, há um tempo, o livro Fora de Série que, resumindo, dizia o que O Rappa canta: "detalhes fazem a diferença e é bobagem". Eu não acredito que um bom gestor seja filho unico, é na infância que a pessoa forma sua personalidade. E se desde pequeno o menino aprende a dividir os brinquedos, aprende a ceder para que o irmão não se incomode tanto conosco, quando essa criança se torna adulta, ela conseguirá entender como relações pessoais funcionam. O mesmo vale para aquelas pessoas que dividem o banheiro com o restante da família. É claro que é um perrengue ter que esperar, e as brigas inevitáveis nos consomem o bom-humor. Mas essa pessoa, no futuro, e no presente também, entende melhor os outros seres que dividem o espaço consigo. Isso é uma regra barata, que gera muitas excessões.
Eu sou do tempo que as casa tinham uma Tv só. Era uma disputa no horário nobre. O filho mais velho queria ver um filme inédito que passaria num canal, a mãe queria ver a novela, o filho mais novo opta pelo mesmo que o pai, o jogo num canal diferente. E a família sempre conseguia chegar num consenso. Com isso, aqueles dois moleques no ápice da formação (estamos sempre nos formando) veem que o melhor caminho é conversar e colocar na balança os prós e os contras. Brigas surgem, mas não desagregam nenhuma família. Muito pelo contrário.
Em Santo André, há uns dois anos, houve um assassinato que chegou no Jornal Nacional. O jovem matou a ex-namorada porque ela tinha rompido com o relacionamento. Espetacularismo à parte, a discussão que envolveu as mesas redondas, foi que os jovens de hoje em dia (não gosto desse generalização) não sabem ouvir "não". Na certa, aquele assassino não teve uma família normal. Isso é outro assunto. Só quero abordar o fato da entidade Família ser importante para a formação do ser humano, e como coisas aparentemente trivias, que sercam (ou cercam?) essa tal entidade são importantes.
Lembro de um episódio. Eu e minha mãe passeavamos na rua quando, na outra calçada, um homem falava sozinho. Ficamos um tempão brincando, entre nós, como aquele homem era maluco!
Por esses dias, eu estava sozinho, e vi uma mulher sozinha falando. Eu lembrei daquela cena com minha mãe, e já quis diagnosticar o pinel da mulher, mas foi só ela se virar que pude observar que ela possuía um fone de ouvido cujo fio ia até a cintura onde tinha um celular pendurado. Não quero falar que aquele fone estragou minha brincadeira, mas comecei a pensar como esse objeto tem afastado as pessoas, umas das outras.
No onibus e metro, já pude observar mta pessoas conversando entre si, e cada uma com um fone de ouvido. Como assim? Ela ouvem musica e conversam ao mesmo tempo?
Já me disse alguém: a tecnologia nos aproxima de quem está longe, e nos afasta de quem está perto.
Eu não tenho ipod, mp3 e outros similares justamente porque eles me põem um fim à minha contemplação, além de me atralhar os pensamentos.
É claro que certo artício, o fone de ouvido, melhorou a vida dos seguranças que ficavam parados horas olhando pra onde? Mas ver dois amigos conversando e nos seus pares de ouvidos, dois fones pendurados, é o fim da picada.
A música é vida! O celular é mó adianto. Mas não vulgarizar os dois? "Música de bolso" é espetacular, mas não para ficar entre uma conversa. Celular perdeu sua função: ligar e desligar. Ele agora serve como "tocador de músicas", album de fotografia, agenda telefonica, é computador etc.
Não consigo imaginar uma pessoa bem-sucedida (essa palavra tem conceito, não assimiliem-na com fama) que tenha passado um tempo de sua vida ouvindo música no celular e conversando com um amigo. Isso é o fim do relacionamento. É o fim da contemplação!
AMEM!
por João.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Sábado
E o Sábado? Eu poderia começar dizendo que esse é o dia de Saturno – daí o nome em inglês Saturday -, mas a verdade é que não entendo patavinas de mitologia romana. Depois de uma pesquisa rápida, descobri que Saturno é o deus da agricultura, da força e da justiça, e que assassinou o próprio pai, Urano, com uma foice, e assim deteve o poder entre os deuses (não sei exatamente onde a agricultura e a justiça se encaixam nessa história, mas isso não vem ao caso).
O que me chamou atenção nesse mito todo foi o símbolo da foice, atribuído ao deus Saturno, que diverge totalmente de todas as nossas visões sobre o Sábado. Sábado, como todos sabem, é dia de descanso, de despreocupação, de comemorações, de diversão, de acordar e dormir tarde, de bebedeira, de putaria. Sábado, junto com a Sexta, é o dia da semana mais adorado e aguardado. (Eu até arriscaria dizer que prefiro o Sábado à Sexta, pois na Sexta a cansativa rotina ainda persiste, pelo menos durante a parte do dia.)
Também gostaria de me manifestar contra o rótulo dado aos dias de semana de “dias úteis”. Fica subentendido que os dias do fim de semana são inúteis. E não há nada mais injusto que tachar Sábado de dia inútil, afinal, esse é um dos poucos dias em que você pode viver de forma plena, esquecendo-se de obrigações, rotinas e afazeres.
Depois de todo esse desabafo maluco, proponho seriamente rebatizar o Sábado, que nada tem a ver com foice, agricultura ou inutilidade. Portanto, senhoras e senhores, tenho a honra de apresentar-lhes Baco, o deus romano do vinho, da ebriedade e dos excessos sexuais. Nada mais compatível.
Então tenham todos um ótimo Bácado! Beijos que eu tô no bar.
por Malu
Sexta-feira
Sete dias da semana. Sete pecados capitais.
A Gula casou-se com o domingo, pois encontrou nele o par perfeito para os exageros. A Preguiça uniu-se à Segunda, porque esta tem preguiça de começar. As terças-feiras ficaram com a Avareza, porque por serem muito ocupadas, não têm “tempo” para gastar. A Ira possuiu a quarta, e esta ficou com ódio de ser do meio. A Inveja pertence às quintas-feiras às 23h59, pois sabem que a sexta vem aí... Bom, os sábados ficam com a Luxúria, mas não falarei sobre eles. E claro, as sextas: estas escolheram a Vaidade, porque reconhecem muito bem o seu valor...
Existem boas, médias e péssimas invenções. As sextas fazem parte do seleto grupo das primeiras, porque poucos dias da semana valem tanto quanto este. Dia em que fechamos um ciclo de rotina e correria e iniciamos dois dias de válvulas de escape. Até que chega a Segunda novamente e iniciamos a semana com uma boa dose da mãe de todos os vícios: a preguiça.
Muitos comerciais baseiam-se na alegria desse dia. Apenas festas, bebidas, praias, pôr-do-sol, amigos, viagens... Como se não conhecêssemos isso, gozando de tudo intensamente numa única noite. Magia?! Talvez... Afinal, quem nunca aguardou por uma sexta-feira?
Desfrutarei do clima do dia para seguir com a escrita contínua e errante. Textos não tão impulsivos como as sextas, mas preparados como todos os seus encontros, despedidas – e até para as pequenas loucuras comuns.
Desejo que vocês esperem por nossas “faíscas mentais”, assim como aguardam por uma sexta-feira...
M.L.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Quinta-feira
Quinta-feira é dia de feira na minha rua. Logo de manhã pela janela, vejo o movimento dos vendedores às pressas para arrumar suas barracas. Os postes, invejosos, fazem o papel das estrelas para iluminar os poucos transeuntes que ali passavam para irem aos seus trabalhos. Todos estão sozinhos aqui. Minha rua é uma rua pacata. A população só sabe da existência dela nos dias de feira.
Gosto de sentir o cheiro da terra molhada depois de uma madrugada chuvosa. Acendo um cigarro, vou até a cozinha preparo meu café, vou até a sala e ligo a TV. Meus olhos assistem os documentários enquanto minha cabeça gira em torno da Terra. Uma luz parcimoniosa reflete na tela acordando-me e dizendo que está na hora de ir a feira comprar as minhas frutas e comer um pastel no Giovanni.
Um prédio simples de três andares, acinzentado e com as paredes descascadas pelo tempo. Desço as escadas e fico logo de frente com a barraca de maçãs, bananas, peras e uvas. Continuo caminhando pela rua. Acho a barraca com mangas. Minha fruta predileta. Pego cinco delas, as mais bonitas e que creio que estarão ótimas. Continuo andando e passo pela barraquinha do Sr. Giovanni. Compro dois pasteis de frango e sigo para casa.
Sento à mesa e começo a comer meus pasteis tomando um suco de manga. Na sala, um livro de Albert Camus me espera para ser devorado de sobremesa pelo resto da tarde. Depois de comer sento em minha poltrona e abro a janela para amenizar minha claustrofobia e melhorar a circulação da casa. No rádio, Schubert havia renascido com fortes guinchos dos sopranos.
O telefone toca. O piso de madeira range enquanto me aproximo do telefone. Na outra linha era meu amigo de trabalho, Lucas. Lucas, vamos fazer um churrasco amanhã de tarde na sua cobertura? Claro, vamos sim. Nós podemos pedir pro Alberto preparar aqueles atestados para nós e depois na segunda entregamos. Lucas, tenta ligar para o resto do pessoal. O que acha de chamar o chefe? Claro, é uma boa idéia. Fala pra ele levar as carnes. Podemos comer os olhos, costelas e coxas. Seria delicioso. Leva um pouco das suas pernas e braços também Lucas. Sempre estão bem feitas. Ok, nos vemos amanhã então, grande abraço. Adeus.
Sento novamente em minha poltrona e retorno a leitura. As cinzas do cigarro caem como a areia da ampulheta corroendo meus pulmões. Mais um dia se passou.
Agora volto a respirar.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Quarta-feira
Tenho nada para falar sobre a quarta-feira. Lembro de nada significativo que tenha acontecido nesse dia. Como a maioria das coisas eu guardo para acontecerem no fim-de-semana, a coitada da quarta permanece como uma pedra no meio do caminho que atrasa a chegada da cerveja com os amigos na sexta e a ida pra São Paulo no sábado. E não sou só eu que penso e ajo assim: todo mundo parece travar o que quer e o que sente para que desemboque no fim-de-semana. A quarta fica como um bloco de 24 horas que demora.
Mesmo assim, a gente acorda, respira, anda, come, transa, chora e conversa na quarta, e esperamos o outro lado vir. A gente não quer que a quarta aconteça, mas a quarta acontece na gente, pois ela é a encarnação daquilo tudo que fazemos na vida: esperar. Esperamos a viagem, o beijo, o salário, a vinda da redenção – mesmo que você seja ateu e não acredite no retorno do Messias, de Jesus, do Satã (sim, tem gente esperando por ele também), todos esses nomes representam aquilo que é a simples salvação. E queremos ser salvos dessa maldita nulidade existencial da qual não temos como escapar.
A quarta-feira fica como esse bloco de 24 horas que demora porque experimentamos, pelo menos um pouquinho, o vazio daqui de dentro em que é bom se afundar de vem em quando. Aqui e lá, sempre vai ter esse entrave metafísico dentro do estômago que nós descotamos com o riso e o soluço.
Mas isso fica pra depois. Agora vou pro forró. Beijos, me retweeta.
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