Vivi um amor inteiro. Dei-me como nunca, como se hoje fosse ontem e o amanhã viesse pra nós. Nunca eu, nem você.
E vivemos aquela intensidade toda. Banhados em vinho, matando outros por nós, matando-nos por mais um pouco daqueles momentos enlouquecedores a serem vistos que olhos fechados.
Tua barba no meu pescoço, minhas pernas na tua cintura. Minha boca dizendo no ar. A tua... Também.
Numa sinceridade tamanha que, quando vi, onde estávamos? Eu me via, te via, mas não nos enxergava. Míope, um emaranhado de letras e sentimentos se punha a mim como um desafio e, como esperado, tropecei.
Arrastei-me por um tempo, pareceu-me que não fluía: nem o sangue do tombo, nem o tempo tiquetaqueando sem parar. Mas flui. Fluiu. E por fim um abrir de olhos que soou como o primeiro fôlego ao emergir.
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