sexta-feira, 16 de março de 2012

Devolva-me

Querido, dei-te meu corpo como em doação. Que resta dele? Os olhos ainda dizem como minhas mãos disseram? A boca ainda escreve como os olhos sussurravam? As pernas ainda caminham em descompasso com o coração?

Se tua presença ainda norteia meus passos tortos, de que adianta mentir a mim mesma quando sei a verdade? Ainda que a ilusão torne tudo tão claro, sua ausência traz a escuridão de desmaio: vem o breu, mas você ainda não chegou ao fim.

Se tuas mãos ainda dilatam minhas veias e esquentam meus sonhos maus, de que uso tem meu corpo em minha posse se sabes que ele é teu?

-gina

Um comentário:

  1. Giovanna! Que fase maravilhosa!
    Estou adorando te ler toda semana. Embora com o coração sangrando, suas mãos dançam lindamente nas palavras.
    Um beijo, e tudo na vida passa,
    Manu

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